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Governo quer aproveitar potencial inovador da blockchain

Entidades públicas e empresas uniram-se para aprofundar conhecimentos tecnológicos. REN, Fidelidade e Abreu Advogados já lançaram, através da Aliança Portuguesa de Blockchain, desafios  para que as empresas criem soluções com base em blockchain.
  • Arnd Wiegmann/Reuters
28 Março 2018, 12h22

A recém-criada Aliança Portuguesa de Blockchain une empresários, académicos e entidades governamentais para aprofundar os conhecimentos sobre a tecnologia blockchain no sistema económico português. Através de um portal de sandboxes, de um roadshow universitário e empresarial e uma conferência final, o objetivo é potenciar a criação de projetos de blockchain portugueses.

A estimativa da aliança é que a blockchain – entre criptomoedas, smart contracts e outros meios – gere um valor acrescentado mundial de 3,1 biliões de dólares em 2030.

“Reconhecemos o carácter inovador e o potencial desta tecnologia”, afirmou Jorge Marques dos Santos, presidente da Agência para a Competitividade e Inovação (IAPMEI), na apresentação da aliança, esta quarta-feira. “É importante estar na linha da frente dos desenvolvimentos tecnológicos e garantir que a economia e as empresas portuguesas aproveitam as potencialidades”.

Para isso, a Aliança Portuguesa de Blockchain irá promover uma série de iniciativas de sensibilização e informação para a tecnologia. No portal serão disponibilizados ambientes de desenvolvimento aplicacional (sandboxes), onde o objetivo é experimentar e desenvolver soluções com base em blockchain.

Já foram lançados três challenges (desafios criativos e tecnológicos com base em blockchain), todos eles em diferentes setores. No ramo da energia, a proposta foi lançada pela REN, no campo segurador, pela Fidelidade e na área dos smart contracts pela Abreu Advogados.

A aliança garante que os desafios são transversais a vários setores e que há outras propostas a serem desenvolvidas. O próximo desafio, que ainda não foi lançado mas já está decidido, será na área da mobilidade, pela EMEL.

“Neste momento estamos a negociar com uma entidade linhas de crédito para a criação de empresas com base em blockchain e estamos a trabalhar com investidores de private equity and business angels. Há dois prémios: um que é a adoção das ideias pelas empresas e o outro é que, caso as ideias sejam bem sucedidas, de certeza que haverá investidores que queiram apostar nessas ideias”, explicou Rui Serapicos, managing partner da CIONET Portugal, entidade promotora da aliança.

Apesar de considerar que a blockchain é uma “tendência global e de longo prazo”, que poderá ser um “poderoso aliado das empresas, incluindo PME”, Jorge Marques dos Santos sublinhou que em “tecnologias tão críticas como é o blockchain têm de garantir segurança”. Acrescentou que “não nos podemos esquecer que as tecnologias não substituem a capacidade de gestão”.

Além do instituto público, a aliança conta ainda com a CIONET, a Abreu Advogados, a AICEP, o BBVA, a BSCD, a Católica Lisbon School of Business & Economics, a EMEL, a ESPAP, a Fidelidade, a IBM, a IP Telecom, a Vodafone, entre outros.

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