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Governo reforça esforços de contenção em cinco concelhos da região de Lisboa

Amadora, Lisboa, Loures, Odivelas e Sintra “concentram agora a nossa maior necessidade de resposta”, afirmou a ministra da Saúde. Mais rastreio, testes e confinamento obrigatório para casos positivos são medidas a reforçar, especialmente nas actividades com maior incidência: construção civil, cadeias de abastecimento e transporte de distribuição.
  • Cristina Bernardo
30 Maio 2020, 13h53

O crescimento de casos de Covid-19 na Área Metropolitana de Lisboa, em sentido contrário à tendência decrescente a nível nacional, está a concentrar os esforços de resposta das autoridades, adisse este sábado a ministra da saúde Marta Temido, adiantando que irá haver um reforço dos esforços de contenção nos concelhos de Amadora, Lisboa, Loures, Odivelas e Sintra.

Em conferência de imprensa, Temido disse que “desde meados de maio que o número de novos casos na região de Lisboa e Vale do Tejo se mantém em cerca de 180 novos casos por dia e nos últimos oito esta região representou em média mais de 85% dos novos casos no país”.

A região de Lisboa e Vale do Tejo conta com um total de 10.874 casos confirmados da Covid-19, mais 231 face ao dia anterior, revelou o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde, divulgado este sábado. O número de vítimas mortais do novo coronavírus na região de Lisboa aumentou para 354, o que corresponde a mais oito mortes nas últimas 24 horas.

Marta Temido explicou que, no entanto, estes números não se distribuem simetricamente por toda a região. “Os nossos agrupamentos de Amadora, Lisboa, Loures, Odivelas e Sintra, concentram agora a nossa maior necessidade de resposta”.

De forma a controlar o risco de retrocesso na contenção do vírus e na propagação da doença, a ministra afirmou que torna-se essencial a adopção de medidas específicas de saúde pública, acrescentando que serão adoptada as que têm em conta as características dos novos casos notificados nesta região.

As medidas incluem “o rastreio da infeção focado nas actividades em que se tem verificado maior incidência, nomeadamente a construção civil, cadeias de abastecimento, transporte de distribuição, caracterizadas normalmente por grande rotatividade de uma parte dos trabalhadores e recurso a trabalho temporário”.

“Além do rastreio, a testagem de todas as pessoas relativamente às quais as autoridades de saúde tenham determinado a vigilância ativa por serem contactos dos referidos profissionais”, sublinhou Temido, adiantando que  a determinação de confinamento obrigatório das pessoas infectadas “e garantia do mesmo”, será coordenada com as  forças de segurança.

Reuniões de coordenação no domingo e segunda-feira

Marta Temido informou ainda que as autoridades de Saúde irão reunir com o vários responsáveis dos concelhos da Área Metropolitana de Lisboa a fim de desenvolver estratégias de contenção e minimização na região, que nas últimas 24 horas registou mais 231 casos.

“Estão previstas um conjunto de reuniões que decorrerão amanhã e na segunda-feira com vários agentes de diversos níveis de responsabilidade em zonas como Amadora, como Sintra, como Loures, como Lisboa, no sentido de coordenar ainda melhor aquilo que é uma atuação pedagógica para a adequada utilização de equipamentos de proteção individual, higienização de espaços e locais, mas sobretudo as medidas de distanciamento físico que são aquelas que melhor protegem todos nós”, disse a ministra da tutela, na conferência de imprensa diária de atualização sobre a evolução da Covid-19.

A ministra explicou que irá “insistir neste trabalho” em articulação com o Ministério da Administração Interna, com as Forças de Segurança, com a Proteção Civil. “Também para as situações laborais com a Autoridade para as Condições do Trabalho e também com as Juntas de Freguesia, as autarquias e outras entidades, designadamente promotores culturais, sociedade civil”, ao ter um “conjunto de reuniões alargadas no sentido de tentar trabalhar no terreno”.

“O último reduto desta onda de infecção exige intervenção de rua, intervenção do terreno. De pouco serve decretar mais medidas. A solução passa por cada um dos indivíduos. Por isso é que precisamos de falar com as pessoas, de falar com quem fala as pessoas”, afirmou.

[Atualizada às 13h56]

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