[weglot_switcher]

“Grandes perigos”. Chefe da Google pede regulamentação para a Inteligência Artificial

A preocupação do presidente executivo da Google surge numa altura em que os regulamentos éticos, desenhados para a Inteligência Artificial, não parecem ser suficientes para limitar a maneira como esta é usada, e com o aumento das propagandas falsas que vão “contaminando” a internet.
21 Janeiro 2020, 13h58

Sundar Pichai, presidente executivo da Google, considera que as ferramentas de inteligência artificial (IA) têm enorme potencial mas, por outro lado, o mesmo responsável acredita que a regulamentação desta tecnologia é “fundamental” para áreas como a saúde ou a condução autónoma realçando ainda que esta regulamentação deve acontecer de forma cuidada e “à medida” de cada setor, segundo a BBC.

O responsável máximo da Google também fez questão de dizer que o setor de IA tem enorme potencial mas também “grande perigos”, e dá o exemplo dos deepfakes – vídeos gerados através de IA desenhados para espalhar mensagens falsas através de montagens com personalidades mundiais.

A preocupação do presidente executivo da Google surge numa altura em que os regulamentos éticos, desenhados para a IA, não parecem ser suficientes para limitar a maneira como esta é usada, e com o aumento das propagandas falsas que vão “contaminando” a internet.

A Google lançou em 2019 um código de ética global, estas ‘linhas de controlo’ duraram apenas duas semanas depois da controvérsia que envolveu a escolha da pessoa responsável por assegurar que o código era cumprido na empresa.

Sundar Pichai vai estar presente no Fórum Económico Mundial, onde irá discursar sobre estas e outras temáticas em conjunto com o presidente executivo da Microsoft Satya Nadella, e o fundador da Huawei Ren Zhengfei.

União Europeia já prepara regulamentação

A União Europeia (UE) anunciou que vai definir regras para a IA, numa ação conjunta com os estados membros com o objetivo de proteger os dados dos cidadãos. O projeto vai avançar “em breve” segundo uma fonte europeia a que a agência Lusa teve acesso.

A proibição de cinco anos no uso de tecnologia de reconhecimento facial é uma das possíveis medidas em cima da mesa.

O Comité Europeu para a Proteção de Dados (CEPD), um organismo europeu independente que contribui para a aplicação das regras sobre esta matéria na UE, tem vindo a acompanhar o processamento das informações pessoais em equipamentos ‘inteligentes’.

No documento publicado no seu ‘site’ o CEPD avisa que “o uso de dados biométricos e, em particular, o reconhecimento facial acarreta riscos” para a privacidade dos utilizadores.

No início do mês a Casa Branca emitiu um comunicado onde divulgou os seus princípios para a regulamentação da inteligência artificial e, também, um aviso para União Europeia não condicionar a inovação no continente através dos seus “pesados regulamentos”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.