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Grécia e Turquia prestes a retomarem negociações sobre o Mediterrâneo Oriental

A união Europeia debate no final desta semana se avança ou não com sanções contra Ancara. O regresso do diálogo pode induzir um compasso de espera na União – que tem muitos motivos para não confrontar Ancara.
21 Setembro 2020, 17h45

A Grécia e a Turquia estão perto de reiniciarem as negociações sobre as zonas marítimas que fazem fronteira entre os dois países e que estão no centro da escalada de tensão que se vive no Mediterrâneo Oriental há mais de um mês. Um porta voz do governo de Atenas , citado por vários jornais, que “estamos perto de retomar as negociações exploratórias”.

Mesmo assim, ainda não há uma data fixada pela as reuniões: “depende de ambos os lados, da Grécia e da Turquia”, encontrarem uma data, mas “o sentimento é bom”, disse. Os dois países, ambos membros da NATO, estão em desacordo há décadas sobre as fronteiras marítimas para exploração comercial na área entre a costa sul da Turquia, várias ilhas gregas e a ilha dividida de Chipre.

As tensões aumentaram novamente quando a Turquia – o país com a maior costa mediterrânica – enviou navios-sonda para explorar carbonetos na sua plataforma continental, dizendo que tanto a Turquia quanto a República Turca do Norte de Chipre (TRNC) têm direitos aos recursos naturais da região.

Ancara e Atenas acabaram envolvendo-se em reuniões técnicas (mas com delegações militares) para discutirem formas de reduzir o risco de um confronto – reuniões essas que tiveram lugar por iniciativa do secretário-geral da NATO, o norueguês Jens Stoltenberg. A quinta ronda de negociações está planeada para acontecer esta terça-feira, afirmou o ministro da Defesa turco, Hulusi Akar.

Entretanto, Atenas confirmou que o secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo deve visitar a Grécia para uma reunião com o primeiro-ministro do país, Kyriakos Mitsotakis, durante a qual de discutirá a crise com a Turquia. A Grécia e os Estados Unidos realizaram no início deste mês exercícios militares ao sul de Creta – o que só veio complicar ainda mais o ambiente entre os dois países vizinhos. O exercício contou com a participação de uma fragata e submarino gregos, caças F-16, o contratorpedeiro norte-americano USS Winston S. Churchill e helicópteros da Marinha de ambos os lados.

As declarações do governo grego foram proferidas na mesma altura em que os ministros das Relações Exteriores dos 27 países membros da União Europeia se reuniram em Bruxelas (esta segunda-feira) para discutirem questões regionais, incluindo as tensões do Mediterrâneo Oriental, na Bielorrússia e na Líbia e as relações com a União Africana. A reunião ocorre antes de uma cimeira dos líderes da União, a ser realizada em 24 e 25 de setembro. A agenda principal da reunião será a situação no Mediterrâneo Oriental, bem como as relações com a Turquia.

Antes da cimeira, o presidente do Conselho Europeu, o belga Charles Michel, viajou até à Grécia, à administração cipriota grega e a Malta como parte dos preparativos para o debate. A administração cipriota grega tem bloqueado sanções à Bielorússia, exigindo medidas idênticas contra a Turquia.

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