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Greve das cantinas escolares: Uniself garante mais de 1.500 postos de trabalho

Os trabalhadores das cantinas escolares realizam nesta segunda-feira, 26 de outubro, uma greve nacional e esta manhã estão concentrados no Porto. Federação do setor diz que grande parte das cantinas escolares estão concessionadas a empresas externas que, por sua vez, estão a recrutar trabalhadores a empresas de aluguer de mão de obra. Uniself, concessionária do serviço de refeições da esmagadora maioria das cantinas assegura que mantém como prioridade garantia dos mais de 1.500 postos de trabalho.
26 Outubro 2020, 13h32

A federação dos sindicatos do sector (FESAHT) regista uma grande adesão à Greve Geral dos trabalhadores da cantinas escolares, esta segunda-feira, 26 de outubro, com o encerramento de centenas de cantinas e escolas que, por isso, não terão aulas. Federação do setor denuncia que 90% dos trabalhadores das cantinas escolares têm vínculos de trabalho precários, contratados ao trimestre ou a tempo incerto, e este ano estão confrontado com despedimentos ou condições ainda piores que em anos lectivos anteriores. Uniself, concessionária do serviço de refeições da esmagadora maioria das cantinas, assegura que mantém como prioridade garantia dos mais de 1.500 postos de trabalho.

Segundo a FESAHT, grande parte das cantinas escolares estão concessionadas a empresas externas que, por sua vez, ainda vão recrutar trabalhadores a empresas de aluguer de mão de obra. Os sindicatos do sector responsabilizam a DGEstE e as câmaras municipais pela degradação das condições e das relações de trabalho a que o sector chegou. A federação dos sindicatos do sector destaca, pela negativa, o exemplo da Uniself, concessionária do serviço de refeições da esmagadora maioria das cantinas, que, diz, “está a deixar desempregados trabalhadores com dezenas de anos de serviço nas cantinas escolares, ao mesmo tempo que reduz a carga horária e retira direitos adquiridos aos que mantém”.

Face à acusação da FESAHT, Uniself esclarece que no âmbito do contexto pandémico que o país e o mundo atravessam, e apesar da quebra de faturação decorrente do encerramento parcial das escolas em março e das “atuais quebras significativas” nos refeitórios escolares, a prioridade da empresa é manter os mais de 3.500 trabalhadores que emprega, dos quais 1.500 estão afetos às cantinas dos estabelecimentos de ensino.

A manutenção dos postos de trabalho mantém-se como a nossa prioridade apesar dos tempos de incerteza e das quebras de afluência que temos vindo a registar nas cantinas escolares, devido a aulas de manhã ou à tarde, os alunos não almoçam. Em vários estabelecimentos, estamos a registar quebras de afluência aos refeitórios na ordem dos 50%, o que obriga a uma nova gestão de modelos e processos, na tentativa de evitar despedimentos”, adianta a administração da empresa.

Em comunicado, a Uniself realça que ao longo dos 39 anos de atividade tem mantido todos os compromissos legais para com os seus trabalhadores. O esclarecimento surge em resposta à FESAHT que destacou, pela negativa, o exemplo da Uniself que, diz, “está a deixar desempregados trabalhadores com dezenas de anos de serviço nas cantinas escolares, ao mesmo tempo que reduz a carga horária e retira direitos adquiridos aos que mantém”.

Além disso, acrescenta a federação sindical, “não pagou os créditos aos trabalhadores relativos à cessação do contrato do ano letivo anterior”, tendo pago “apenas parte dos créditos aos trabalhadores que individualmente reclamaram através do sindicato”. A Fesaht diz que a ACT foi chamada a intervir, “mas ainda não o fez”.

A Uniself esclarece, por sua vez, que os contratos a prazo estabelecidos com os trabalhadores vão ao encontro das características dos serviços prestados e que no caso dos refeitórios escolares terminam em junho, em conformidade com o período escolar estabelecido pelo Ministério da Educação. Nestas situações, a Uniself garante que assegura o pagamento da caducidade dos contratos.

“A empresa, sediada em Loures, tem tido uma aposta clara nos recursos humanos através das atualizações salariais e da formação das suas equipas. Recorde-se que em 2020 aumentou em 5,83% o ordenado mínimo dos escalões mais baixos, com vista a propor uma proposta salarial justa e equilibrada”, realça, recordando que é uma empresa de capitais 100% nacionais, fundada em 1981, e que se dedica à alimentação coletiva.

A Uniself recorda que atua em diversas áreas, entre os quais estabelecimentos escolares, hospitais, organismos oficiais e em refeitórios de empresas privadas, acrescentando que as equipas de trabalho alocadas a cada unidade podem ser constituídas só por colaboradores da empresa, por colaboradores dos clientes, ou em muitos casos, por equipas mistas.

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