A reunião entre a ANTRAM – associação nacional de transportes públicos rodoviários de mercadorias, o Governo e o sindicato dos motoristas dos transportes de materiais perigosos já terminou, mas a paralisação vai continuar. Segundo o presidente da ANTRAM, o encontro serviu apenas para clarificar os serviços mínimos na requisição civil.
Os serviços mínimos – que estarão em vigor até ao próximo domingo – definem que aeroportos, hospitais, bombeiros e polícia, vão ter 100% de abastecimento. Sobre os postos civis está clarificado que apenas 30% do volume habitual nos grandes centros urbanos fica garantido. O presidente da ANTRAM admitiu tentar trabalhar com as pessoas que queiram trabalhar “fora da greve” para fazer com elas o serviço às demais populações.
O presidente da ANTRAM (associação patronal do setor), Gustavo Paulo Duarte, disse que “a reunião serviu para uma clarificação da requisição civil e dos serviços mínimos a executar e, portanto, tudo o que seja abaixo dos serviços mínimos estamos a falar de uma questão ilegal em que as pessoas têm de perceber que estão escaladas para este serviço e, a favor ou contra, têm de ir trabalhar”.
À saída da reunião, o presidente da ANTRAM referiu ainda que sobre os motivos que levaram à convocação desta greve, “estamos de acordo em falar com o sindicato mas tem que haver uma clara intenção de levantamento de greve. A ANTRAM não pode aceitar falar sobre pressão com o sindicato”.
O sindicato dos motoristas dos transportes de materiais perigosos, por seu turno, disse que conquistou “a promessa da ANTRAM em frente do senhor ministro [Pedro Nuno Santos] de que estaria disponível para conversar connosco”.
“Até reunirem connosco e até chegarmos a uma conclusão a greve continuará e o estado crítico irá aumentar”, prometeu o sindicato, garantindo, contudo, que “os serviços mínimos vão ser cumpridos”.
Diz ainda o sindicato que, de acordo com o estipulado, a ANTRAM deverá enviar uma listagem de pessoas que são necessárias para cumprir os serviços mínimos. “Os trabalhadores que irão prestar esses serviços serão aqueles que não aderiram à greve”, salienta.
Estes serviços vão permitir abastecer 40% dos postos de combustível em Lisboa e Porto, explicou o presidente do sindicato. No entanto, “antecipo um problema para todas as outras zonas do país”.
A greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00h00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica. Falam de baixos salários e de más condições, mas a ANTRAM não subscreve essa crítica.
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