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Greve dos sindicatos? BCP não irá comprometer o futuro em “nenhuma circunstância”, garante Miguel Maya

“Estamos a ter reuniões de negociação com os sindicatos”, confirmou o CEO do BCP, mas “em nenhuma circunstância” comprometer o futuro do banco e sublinhou que é necessário chegar a uma plataforma de entendimento com os sindicatos que seja “compatível com os desafios do setor financeiro”, que incluem as contribuições anauais de 47 milhões do BCP para o Fundo de Resolução.
  • Miguel A. Lopes/Lusa
29 Julho 2019, 18h23

O presidente executivo do Millennium bcp, Miguel Maya, disse esta tarde que o banco “em nenhuma circuntância para, no presente, comprometer o futuro”, quando questionado sobre o processo negocial com as estruturas sindicais.

“Estamos a ter reuniões de negociação com os sindicatos”, confirmou o CEO do BCP, que elogiou ainda a postura passada do banco durante o processo de estruturação. “[Os sindicatos] tiveram um contributo muito positivo no apoio que deram ao plano de estruturação do BCP”, salientou Miguel Maya.

Apesar das negociações em curso, o presidente do BCP salientou que o banco não irá “em nenhuma circunstância” comprometer o futuro do banco e sublinhou que é necessário chegar a uma plataforma de entendimento com os sindicatos que seja “compatível com os desafios do setor financeiro”, que incluem as contribuições dos bancos para o Fundo de Resolução.

“São desafios de grande complexidade, não só do setor em geral, e depois acrescido de nós carregarmos com este fardo adicional de 47 milhões de euros por ano de contributo para o Fundo de Resolução”, referiu Miguel Maya.

Miguel Maya não se mostrou preocupado com uma eventual greve convocada pelos sindicatos bancários, mas mostrou-se preocupado em encontrar “uma solução que seja equilibrada nesta relação com os diversos stakeholders“.

Questionado sobre as pressões sindicais que dizem que o BCP tem privilegiado alguns stakeholders, Miguel Maya desafiou-os a dizer “olhos nos olhos, onde é que o BCP está a privilegiar determinado stakholeder em detrimento de outros”.

Miguel Maya salientou ainda os membros da comissão executiva que estão a tratar com os sindicatos e referiu que esse trabalho não pode “não comprometer os resultados do futuro, não ceder a pressões de nenhuma parte, nem de acionistas nem da comissão de trabalhadores”.

O presidente executivo do BCP relembrou ainda que no ano passado, “entre progressões e aumentos salariais, tivemos 24% dos colaboradores abrangidos”.

“Se houver outra organização que tenha feito isso em 2018, digam-me”, sublinhou Miguel Maya. “Gostaríamos de ir mais longe sem nenhuma dúvida, o que gostaríamos era de poder distribuir mais (…). Esta tensão deve-se é que o BCP tem 17,500 reformados e mais de sete mil no ativo. Tudo isto tem de ser gerido com enorme critério”, explicou.

Na quarta-feira passada, 24 de julho, as direções de três sindicatos bancários concordaram avançar com uma greve dos trabalhadores do setor caso os bancos se mantenham “intransigentes” no processo negocial de revisão do acordo coletivo de trabalho em 2019.

Numa nota conjunta, os sindicatos em causa – Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos e Bancários (SNQTB), Sindicato dos Bancários do Norte (SBN) e o Sindicato Independente da Banca (SIB) –  anunciaram ainda terem aprovado o recurso ao fundo de greve, uma medida que não é accionada desde 1989 e que tem como objetivo compensar os associados que aderirem à greve.

Os sindicatos exigem a atualização das retribuições e das pensões, com efeitos retroativos, a janeiro de 2018.

 

(atualizada às 18h48 com mais declarações)

 

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