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Greve na Torre de Belém, Jerónimos e Museu de Arqueologia com adesão total

O primeiro dia de quatro dias de greve de funcionários da Torre de Belém, Mosteiro dos Jerónimos e Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, iniciada nesta-quinta-feira, teve uma “adesão de 100%”,segundo fonte sindical. Na base desta paralisação estão queixas de falta de pagamento de horas extra, impedimento de dias de gozo de descanso e condições laborais precárias como a presença de ratos nos espaços de serviço.
  • Mosteiro Dos Jeronimos
25 Outubro 2018, 17h50

Todos os trabalhadores dos dois monumentos e do museu aderiram ao primeiro dia de greve marcado para esta quinta-feira, 25 de Outubro, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónoma que dá conta que as portas dos serviços abriram às 11:00, depois de finda a greve, “mas a situação ficou caótica”, pela acumulação de visitantes, sobretudo turistas, e as filas do Mosteiro dos Jerónimos chegaram ao café onde se vendem os tradicionais pastéis de Belém, a cerca de 300 metros do monumento.

Os trabalhadores da bilheteira, receção e vigilância do Mosteiro dos Jerónimos, Torre de Belém e do Museu Nacional de Arqueologia exercem o direito à greve das 10h00 às 11h00 nos dias  25, 26, 27 e 28 de outubro. em condições laborais precárias. Na base da greve, segundo os sindicatos, está a falta de limpeza e de condições sanitárias, com a presença de ratos nos espaços de serviços, atrasos no pagamento de trabalho suplementar em dias de eventos, impedimento de dias de gozo de descanso e alteração de período de férias.

Segundo a intersindical CGTP, “esta tomada de posição prende-se com a constante falta de consideração e de respeito dos Dirigentes dos Serviços face aos trabalhadores, nomeadamente em relação ao direito ao descanso, gozo de férias, pagamento de trabalho suplementar e da falta de condições de trabalho”.

A CGTP-IN dá conta de condições desumanas de trabalho com a trabalhadores a laborar sob condições” perigosas”. “Trabalham com cadáveres de ratazanas por debaixo dos pés e os dirigentes dão-lhes sprays de cheiro e baldes com lixívia para aguentarem até que a empresa faça a desinfestação e proceda à remoção dos cadáveres. Há ratos a circular dentro dos serviços”, avança a intersindical.

Segundo a CGTP-IN, também o espaço de que os trabalhadores dispõem para tomar as suas refeições e guardar os seus pertences está em condições de “total falta de salubridade, têm a caliça a cair-lhes no prato”. Esta situação, avança, foi já denunciada diversas vezes, por este Sindicato à Diretora Geral do Património Cultural, “arquiteta de formação, mas que ainda não dispôs nem de tempo nem de verbas para fazer as obras necessárias”.

 

Pagamentos de trabalho suplementar em atraso

A CGTP-IN revela ainda que os trabalhadores são chamados a fazer trabalho suplementar em dias de eventos (concertos musicais, “festivais”, jantares, recepções de visitas oficiais e todo o tipo de eventos públicos e privados), mas o trabalho realizado “não é pago no devido tempo”. Frisa aqui que “há eventos realizados em Maio, Junho, Julho e Agosto cujo pagamento aos trabalhadores está em dívida”.

A intersindical realça que se tratam de serviços da Cultura que faturam centenas de milhar de euros em bilheteira e lança a questão: “como pode não haver dinheiro para contratar pessoal, fazer obras e pagar aos trabalhadores o trabalho suplementar?”.

Em 2017, o Mosteiro dos Jerónimos recebeu 1.166.793 visitantes, a Torre de Belém 575.875 e o MN Arqueologia 167.634.

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