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Groundforce. Ministro garante pagamento dos salários de julho a horas e do subsídio de férias (com áudio)

Governo e a TAP estão a trabalhar numa solução para pagar os subsídios de férias e os salários dos trabalhadores, sem que isso dependa da aprovação do acionista privado e maioritário da empresa, a Pasogal de Alfredo Casimiro.
  • José Sena Goulão/Lusa
20 Julho 2021, 11h19

O ministro das Infraestruturas garantiu hoje que os salários de julho e os subsídios de férias dos trabalhadores da Groundforce serão pagos.

“No curto prazo, a disponibilidade de pagar subsídios de ferias mantém-se”, com o Governo e a TAP a trabalharem “numa solução para pagar subsídios sem que isso dependa” da Pasogal e para que “não tenham os salários de julho por pagar”, disse Pedro Nuno Santos esta terça-feira, 20 de julho, na comissão parlamentar de economia.

O governante afirmou que a “TAP não está em incumprimento nenhum com a Groundforce. Os serviços serão pagos normalmente pela TAP; até ao final de julho a TAP pagará os serviços de junho dentro do prazo, será um montante superior as necessidades salariais dos trabalhadores”. Segundo Pedro Nuno Santos, há uma “fatura vencida de junho, de 3,6 milhões de euros, se for preciso pagar antes do tempo, julgo que a TAP estará disponível”.

Em relação às acusações feitas pela Pasogal, o privado acionista maioritário da Groundforce, de que a TAP (acionista minoritário, mas maior cliente da empresa) deve dinheiro à companhia de handling, o ministro rejeitou que haja valores em atraso por pagar.

“A TAP não deve nada à Groundforce. Quando começou a ter problemas sérios de liquidez, foi a TAP que fez os adiantamentos necessários para pagar salários. A TAP chegou a ter 12 milhões em adiantamentos, até que não pode continuar [a adiantar], porque está sob escrutínio muito apertado e rigoroso pela Comissão Europeia”, começou por dizer.

“Foi por isso que no início deste ano se tentou que qualquer apoio tivesse garantias, descobrimos que [ações da Pasogal] estavam penhoradas; depois, nova proposta para fazer aumento de capital, que foi também recusado [pela Pasogal]; A TAP continuou a tentar formas [de injetar dinheiro], com a compra de equipamentos, que foram vendidos à TAP, e na semana seguinte a Groundforce queria anular o processo de venda”, acrescentou.

“O Estado começou a trabalhar uma solução definitiva, mas suspendeu-a porque acreditou que o sócio maioritário – que esta descapitalizado, incapaz de injetar capital – conseguia vender a outra empresa, mas as duas tentativas saíram frustradas”, segundo Pedro Nuno Santos.

O ministro das Infraestruturas destacou que chegados a julho houve dois sindicatos a convocar uma greve, e que foi feita uma tentativa para a desconvocar, com o “compromisso da TAP de pagar os subsídios de ferias, mas nao foi aceite pela Groundforce”.

Por fim, perante o impasse e o não pagamento dos subsídios, os trabalhadores avançaram para a greve no último fim de semana em que os “trabalhadores aderiram massivamente”, com 650 voos cancelados em todo o país.

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