Um grupo de católicos apontou que o apoio de D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa, e de D. António Monteiro, bispo de Aveiro, ao manifesto contra a obrigatoriedade das aulas de Cidadania e Desenvolvimento é uma “desastrada forma de intervenção cívica”, avança o jornal “Público” esta segunda-feira, 21 de setembro.
Os responsáveis de um grupo católico, que tem como subscritores o advogado André Lamas Leite, o jornalista Jorge Wemans e Maria João Sande Lemos, que criaram o movimento “Nós Somos Igreja” dizem estar “envergonhados” pela posição da Igreja face à disciplina “enquanto cidadãos, cristãos e católicos”, uma vez que consideram a temática “uma agressão aos católicos que não se revêem nesse documento”.
Os subscritores do movimento “Nós Somos Igreja” consideram que a adesão do patriarca de Lisboa e bispo de Aveiro ao documento que pretende o fim da disciplina “representa uma nova manifestação de um conservadorismo decepcionante e indesejável”, bem como um sinal “muito preocupante de aproximação entre a Igreja e forças políticas bem identificadas com a direita e mesma com a extrema-direita”.
O manifesto assinado pelos órgãos da Igreja Católica posiciona-se a a favor da “defesa das liberdades de educação”, apontando o fim da obrigatoriedade da disciplina em causa, que integra o currículo escolar do segundo ciclo até ao ensino secundário. As aulas de Cidadania e Desenvolvimento, abarcam temas que vão da sexualidade à igualdade de género, educação rodoviária e ambiental.
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