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Grupo Luís Simões testa sistema de portagens variáveis nas autoestradas

Projeto conta com a participação de 14 empresas de oito países e terá uma duração de aproximadamente três anos.
19 Dezembro 2017, 07h35

O Grupo Luís Simões testa nova solução otimizadora de transporte, sendo o único operador de transportes na Europa a participar num projeto europeu de investigação e desenvolvimento que visa a implementação de preços variáveis nas portagens nacionais.

A solução pretende gerar um impacto positivo na indústria transportadora no que diz respeito à redução de custos e ao aumento da sustentabilidade, com ganhos visíveis para entidades gestoras de infraestruturas rodoviárias, operadores de transporte, e seus condutores.

“A Luís Simões (LS) está atualmente a participar num projeto europeu no âmbito do Programa Horizonte 2020 – Optimum – com foco na investigação e desenvolvimento de matérias relacionadas com a otimização dos transportes. O projeto conta com a participação de 14 empresas de oito países e terá uma duração de aproximadamente três anos. Para testar de forma mais eficiente as soluções formuladas, o programa selecionou países piloto, sendo Portugal um dos países escolhidos para esta fase experimental”, revela um comunicado do Grupo Luís Simões.

O mesmo comunicado acrescenta que “a solução de otimização na qual a LS participa, consiste na avaliação da introdução de preços variáveis nas portagens nacionais, uma visão inovadora e potencialmente mais eficaz, perante o atual cenário de preços fixos”.

De acordo com, esse documento do LS, “o objetivo deste projeto é permitir aos operadores de transporte acederem à informação com antecedência sobre o preço a pagar nas portagens, e assim poderem analisar se o valor é suficientemente apelativo para optarem por uma autoestrada ou por uma estrada nacional”.

Caso o resultado dos testes piloto do projeto Optimum seja positivo, vai ser possível comprovar a hipótese de praticar preços variáveis, fazendo com que seja transferido o fluxo de transporte das estradas nacionais para as autoestradas, com vantagens para o operador das estradas nacionais (redução de custos de manutenção), para o operador das autoestradas (otimização da ocupação) e para o transportador (redução de custos e tempo/conforto envolvido na viagem), esclarece o referido comunicado da LS.

“Para além destes ganhos diretos, a introdução desta medida poderá igualmente contribuir para a redução das Emissões de Gases com Efeito de Estufa e para a redução de impacte ambiental e social nas populações residentes junto das vias nacionais”, acrescenta o dcoumento em causa.

A LS destaca quer o caráter inovador da solução Optimum reside na utilização do ‘Big Data’ proporcionado pelos sensores de ocupação das autoestradas, sensores de tráfego das estradas nacionais, das informações das redes sociais que podem identificar acidentes ou fluxos anormais de meios a um determinado evento, previsões meteorológicas, entre outras variáveis.

“Posteriormente, estas variáveis são trabalhadas por um algoritmo que gera preços automaticamente e os disponibiliza em tempo útil numa aplicação que está acessível ‘online’. Todo este processo possibilita ao operador de transportes informação, para que possa optar, em determinado percurso, entre a estrada nacional e a autoestrada”, assegura a LS.

Para o Grupo Luís Simões, o maior desafio foi passar a incorporar no processo de planeamento uma variável considerada fixa: o preço da portagem.

Para isso, “foi necessário introduzir alterações nos processos de planeamento, formação dos planeadores e envolvimento dos condutores, de modo a conseguir avaliar de forma mais concreta os preços e os resultados reais das opções de percurso”.

A LS está a testar determinados itinerários quase que em laboratório, permitindo ver os ganhos por troço de autoestrada, em termos de consumo e tempo versus o pagamento de portagem.

A participação neste projeto-piloto tem proporcionado uma grande aprendizagem para toda a equipa.

A LS tem alocadas 10 viaturas e estão a ser testadas cinco autoestradas na zona centro e norte de Portugal, geridas a partir do Centro de Operações de Transportes de Gaia.

“Este projeto é uma combinação de muita informação. A criação do algoritmo é fruto da investigação da equipa de projeto na qual está integrada: a LS e outros três parceiros portugueses (IP – Infraestruturas de Portugal, TIS.PT, e Uninova), e ainda investigadores de Universidades e parceiros tecnológicos de outros países da União Europeia. Podemos referir que fruto deste projeto foram já publicados ‘papers’ científicos que atestam o caráter inovador e único deste processo”, afirma Pedro Ventura, diretor de processos e ‘compliance’ da Luís Simões.

Segundo a LS, “a indústria transportadora pode vir a sofrer um impacto muito positivo caso se venha a provar cientificamente que o sistema de preços variáveis em autoestradas é mais eficiente do que a atual realidade de preços fixos”.

“Este impacto é também mensurável ao nível da sustentabilidade, com ganhos visíveis para os vários intervenientes no processo de gestão de infraestruturas rodoviárias, meios de transporte rodoviário e também para outras entidades envolvidas, como utilizadores de viaturas em geral que poderão beneficiar de uma gestão mais eficiente das infraestruturas rodoviárias”, garante o referido comunicado.

Segundo os responsáveis da transportadora nacional de mercadorias, “basicamente, estamos a testar o desenvolvimento de um produto que as gestoras de infraestruturas poderão usar para aumentar a eficácia da gestão dos seus ativos, esclarecendo que, numa primeira fase, este novo sistema deverá ser disponibilizado a operadores de frotas pesadas e, no futuro, ser acessível para qualquer utilizador privado.

A Luís Simões é um operador logístico de referência, que reclama a liderança no mercado de fluxos rodoviários entre os dois países ibéricos.

A empresa gere uma frota de duas mil viaturas (próprias e subcontratadas), e conta com cerca de 1.800 colaboradores.

A LS presta serviços integrados de logística em toda a Península Ibérica, em mais de 20 armazéns que superam os 300 mil metros quadrados de capacidade instalada em 10 regiões diferentes da Península Ibérica.

A LS iniciou atividade em Loures, em 1948 e está no mercado espanhol há mais de 25 anos.

 

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