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Grupo Vila Galé fechou 2019 com faturação de 197 milhões, uma subida de 7%

As receitas no Brasil cresceram 18%, mas foram afeadas pelos efeitos cambiais.
20 Janeiro 2020, 18h51

O Grupo Vila Galé (GVG) deverá ter encerrado o ano de 2019 com um volume de negócios de 197 milhões de euros em 2019, o que representou uma subida de 7% face ao ano precedente.

Em Portugal, as receitas passaram de 112 para 115 milhões de euros, o que se explica com o acréscimo de unidades hoteleiras que entraram ao serviço ou que entraram em velocidade de cruzeiro.

“2019 começou por ser um ano em que os indicadores aparentavam ser de queda, mas terminou em linha com 2018 porque a atividade começou a recuperar a partir de julho”, explicou Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do Grupo Vila Galé, num encontro com jornalistas que se realizou hoje, dia 20 de janeiro, num hotel do grupo em Lisboa.

“Houve regiões mais afetadas, como a Madeira. Outras, continuaram a crescer. Foi o ano de afirmação dos Vila Galé Sintra e Braga, que iniciaram as suas operações em meados de 2018 e tiveram os resultados completos do primeiro ano no ano passado. Registámos também crescimentos no Algarve, Lisboa, Porto e Alentejo. Notou-se alguma desaceleração de alguns mercados europeus tradicionais para Portugal, como a  Alemanha, Holanda ou Reino Unido”, assinalou aquele responsável.

Segundo Gonçalo Rebelo de Almeida, estas quebras foram compensadas pelo acréscimo de turistas de mercados como o Brasil, Estados Unidos, Canadá e alguns mercados asiáticos que já começam a ter números que já se vêem, com expressão.

“Por exemplo, os turistas chineses estão já a ultrapassar os belgas. E os turistas italianos e espanhóis estão em crescimento”, revelou o administrador do Grupo Vila Galé.

Gonçalo Rebelo de Almeida mostrou-se ainda preocupado com o facto de em 2019 se ter “observado alguma tendência para descida na estadia média em Portugal, uma queda de cinco dias, para uma média de 2,9 noites por estadia. Isto deve-se ao fenómeno crescente das ‘escapadinhas’ e à possibilidade de os turistas de destinos mais distantes, como os Estados Unidos, Canadá ou Ásia, complementarem as suas viagens com estadias em outros hotéis noutros destinos a exige um trabalho suplementar de captação de clientes.

Do lado positivo, o administrador do GVG realça que “Portugal está a diversificar as origens do turismo, o que é positivo, porque o mundo nunca está, por norma, todo em crise ao mesmo tempo.

“A abertura [do mercado] dos Estados Unidos tem a ver com o trabalho positivo da TAP. A Qatar, a Emirates e a Turkish estão a abrir rotas para mercados asiáticos”, defendeu este responsável.

Receitas no Brasil cresceram 18%, para 82 milhões

Quanto às nove unidades que o grupo gere no Brasil, registaram-se receitas de cerca de 370 milhões de reais, o que traduziu um crescimento de cerca de 188% face a 2018, em parte devido à entrada em pleno funcionamento do ‘resort’ de Touros, no nordeste brasileiro.

“Considerando um câmbio médio de um euro por 4,5 reais [tem oscilado nas últimas semanas entre um euro por 4,4 a 4,6 reais] a atividade no Brasil gerou cerca de 82 milhões de euros” no ano passado, sublinha um comunicado do Grupo Vila Galé.

Por seu turno, os resultados operacionais (EBITDA) do GVG em 2019 deverão ter rondados os 70 milhões de 70 milhões de euros, cerca de 50 milhões de euros em Portugal (mais um milhão de euros que no ano precedente) e cerca de 20 milhões de euros no Brasil.

As contas consolidadas só deverão estar encerradas em maio.

“O Brasil não alterou os mercados emissores principais, que continuar a ser o mercado interno, a Argentina e Portugal”, destacou Gonçalo Rebelo de Almeida.

Em 2019, a Vila Galé criou 130 postos de trabalho, 75 em Portugal e 55 no Brasil, adianta o referido comunicado.

Dúvidas para 2020 e a fatura pesada da Thomas Cook

“Não há nada que permita dizer que 2020 vai ser um ano de catástrofe ou que vai ser muito melhor. Penso que vai ser em linha com o ano passado, mas há várias dúvidas. que não controlamos. Desde logo, o ‘Brexit, outras eventuais falências de operadores turísticos e de companhias aéreas. Sobre os mercados concorrentes, a Turquia vai registar um crescimento, assim como Marrocos. O Egipto vai entrar outra vez na corrida. E há este ligeiro abrandamento económico da Alemanha, França ou Brasil”, resumiu Gonçalo Rebelo de Almeida sobre as perspetivas do grupo e da atividade turística para 2020.

Por seu turno, o presidente do Grupo Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida lamentou a falência da agência de viagens Thomas Cook, garantindo que a fatura para o grupo português foi pesada, mas sem revelar o seu valor, e considerando que a insolvência da Thomas Cook “não foi azar foi propositada”, o que, no seu entender, exigiria que “alguém fosse preso”, até porque “isto já não é a primeira vez que acontece”.

 

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