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Guerra comercial: China reduziu tarifas a parceiros negociais com exceção dos Estados Unidos

No último ano a tarifa média sobre os produtos para os Estados Unidos aumentaram 12%, enquanto para os restantes países as tarifas desceram dos 8% para os 6,7%.
  • Guerra Comercial EUA-China
20 Junho 2019, 11h05

A China reduziu as tarifas sobre os produtos a países parceiros de negócios em 2018, com exceção dos Estados Unidos. Este foi o método encontrado pelo país asiático para se ‘vingar’ do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que no passado mês de maio aumentou de 10% para 25% as tarifas sobre as importações chinesas, conta o jornal “El Economista“, esta quinta-feira.

Donald Trump relembrou durante o seu discuros de recandidatura à Casa Branca em 2020 que só conseguirá um acordo comercial com a China se este for “bom e favorável”. Caso contrário, a sua administração continuará a receber “milhões” de dólares após o aumento de tarifas impostas ao país asiático.

Quando falta apenas uma semana para a cimeira do G20, que se realiza entre os dias 28 e 29 de junho, em Osaka, no Japão, onde se espera que o presidente dos Estados Unidos e o seu homólogo chinês Xi Jinping abordem as tensões comerciais entre as duas maiores potências económicas mundiais, o Instituto Peterson de Economia Internacional (PIIE, na sigla inglesa) publicou uma análise que destaca como a guerra comercial iniciada pelo líder norte-americano conseguiu com que a China reduzisse as tarifas para outros parceiros comerciais, com exceção dos Estados Unidos.

Nesta análise, os dados mostram que os aliados e parceiros de negócios dos EUA, como o Canadá, Japão ou Alemanha, viram Pequim reduzir repetidamente as tarifas sobre os seus produtos, oferecendo-lhes assim maior acesso aos 1,4 mil milhões de consumidores chineses.

Em 2018, enquanto Washington e Pequim impuseram tarifas sobre os produtos de ambos os países, em cerca de 320 mil milhões de euros, a China reduziu as suas contribuições sobre as importações nos restantes membros da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Até então, a China tinha reduzido as suas contribuições sobre as importações para o resto do mundo de 8% para 6,7%, o que encorajou os consumidores chineses a terem uma razão para se afastarem dos fornecedores norte-americanos. Em comparação, ao longo de 2018, as tarifas médias sobre os produtos dos Estados Unidos subiram de 8% para quase 20%.

Tréguas foram sol de pouca dura
A trégua comercial alcançada por Donald Trump e Xi Jinping em Buenos Aires, na Argentina em dezembro do ano passado, levou a China a expandir a sua quebra de tarifas aos exportadores de carros dos EUA a 1 de janeiro deste ano. Como resultado desta decisão, o imposto médio sobre os bens de Pequim para os Estados Unidos, caiu de 18,2% para 16,5%.

Contudo, o clima de paz durou apenas quatro meses de negociações. A 10 de maio, a Administração Trump aumentou as tarifas de 10% para 25% sobre as importações chinesas, no valor de 175 mil milhões de euros, argumentando que Pequim não “estava a negociar de boa fé”, afastando-se dos compromissos assumidos até essa altura.

Em resposta a estas ações, no passado dia 1 de junho, a China fez subir as suas tarifas sobre as suas importações dos Estados Unidos para uma média de quase 21%.

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