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Guia Michelin atribui duas estrelas a um restaurante português e uma a quatro estabelecimentos

O restaurante “Casa de Chá da Boa Nova” (Leça da Palmeira, ‘chef’ Rui Paula) ganhou esta quarta-feira a segunda estrela do Guia Michelin Espanha e Portugal 2020, que atribuiu a primeira estrela a quatro estabelecimentos portugueses e retirou a outros três.
  • Casa de Chá da Boa Nova (Leça da Palmeira, ‘chef’ Rui Paula)
20 Novembro 2019, 20h35

“Em Portugal, para nossa alegria, também estamos satisfeitos por entregar uma segunda estrela Michelin ao restaurante ‘Casa de Chá da Boa Nova’, de Leça da Palmeira, uma vez que cativou os inspetores tanto pela selvagem singularidade do estabelecimento [um edifício do arquiteto português Siza Vieira], sobre as rochas da Praia da Boa Nova, como pela intensidade da proposta do ‘chef’ luso Rui Paula”, lê-se no comunicado divulgado hoje à noite durante a cerimónia de apresentação da edição do próximo ano do Guia Michelin ibérico, a decorrer esta noite em Sevilha, Espanha.

O ‘chef’ Rui Paula, que alcança agora a segunda estrela (‘cozinha excecional, vale a pena o desvio’), “joga com a memória, as técnicas mais atuais e a cozinha de proximidade para transferir para os seus pratos o autêntico sabor do Atlântico”, consideraram os inspetores do guia ibérico.

Além disso, os restaurantes “Epur” (Lisboa, ‘chef’ Vincent Farges), “Fifty Seconds by Martín Berasategui” (Lisboa, ‘chef’ Filipe Carvalho), “Mesa de Lemos” (Viseu, chef Diogo Rocha) e “Vistas” (Vila Nova de Cacela, ‘chef’ Rui Silvestre) são as novidades na primeira categoria (‘cozinha de grande nível, compensa parar’) do Guia Michelin ibérico.

Por outro lado, três restaurantes portugueses perdem em 2020 a estrela que detinham: “L’And Vineyards” (Montemor-o-Novo, ‘chef’ José Miguel Tapadejo, após a saída de Miguel Laffan), Willie’s (Vilamoura, ‘chef’ Willie Wurguer) e “Henrique Leis” (Almancil, ‘chef’ Henrique Leis) – que em julho foi o primeiro ‘chef’ em Portugal a anunciar que queria abdicar da estrela, que detinha há 19 anos.

O ‘guia vermelho’, equiparado aos Óscares da gastronomia, continua a não atribuir nenhuma classificação máxima a Portugal (três estrelas, ‘uma cozinha única, justifica a viagem’).

No total, Portugal sobe para sete o número de restaurantes com duas estrelas e mantém 20 estabelecimentos com uma estrela.

Na edição do próximo ano, há seis novos restaurantes portugueses com a categoria ‘Bib Gourmand’ (boa relação qualidade/preço): “Casa Chef Victor Felisberto” (Abrantes), “Solar do Bacalhau” (Coimbra), “La Babachris” (Guimarães), “Saraiva’s” (Lisboa), “In Diferente” (Porto) e “Ó Balcão” (Santarém).

A gala de apresentação do Guia Michelin Espanha e Portugal 2020 decorre hoje à noite em Sevilha, marcando também os 110 anos do lançamento do ‘guia ibérico’.

Na nota de imprensa divulgada durante a cerimónia, o diretor internacional dos guias Michelin, Gwendal Poullennec, afirmou que se assiste atualmente a “uma consolidação da alta cozinha” em ambos os países.

Quanto às tendências, o responsável destacou que os hotéis dão “cada vez maior valor estratégico às suas propostas gastronómicas”, mas também o facto de “muitos ‘chefs’ estarem a optar pela cozinha criativa de fusão, incorporando nos seus menus detalhes exóticos e ingredientes próprios do receituário peruano, mexicano ou nipónico”.

Além disso, acrescentou Poullennec, “é muito gratificante ver como Espanha e Portugal participam nas tendências culinárias globais e vão dando maior protagonismo aos alimentos fermentados, aos menus vegetarianos, aos produtos ‘km 0’, à sustentabilidade e à incipiente reciclagem”.

“O nível gastronómico destes dois países continua no auge e a criatividade dos seus ‘chefs’ demonstra uma constante ebulição”, comentou.

Nenhuma entidade oficial representou Portugal durante a gala desta noite.

Esta é a lista dos restaurantes portugueses distinguidos pelo Guia Michelin em 2020:

Uma estrela:

A Cozinha (Guimarães, ‘chef’ António Loureiro)

Antiqvvm (Porto, ‘chef’ Vítor Matos)

Bon Bon (Carvoeiro, ‘chef’ Louis Anjos)

Eleven (Lisboa, ‘chef’ Joachim Koerper)

Epur (Lisboa, ‘chef’ Vincent Farges) – novidade

Feitoria (Lisboa, ‘chef’ João Rodrigues)

Fifty Seconds by Martín Berasategui (Lisboa, ‘chef’ Filipe Carvalho) – novidade

Fortaleza do Guincho (Cascais, ‘chef’ Gil Fernandes)

G Pousada (Bragança, ‘chef’ Óscar Gonçalves)

Gusto by Heinz Beck (Almancil, ‘chef’ Libório Buonocore, após a saída de Daniele Pirillo)

LAB by Sergi Arola (Sintra, ‘chef’ Sergi Arola e Vlademir Veiga)

Largo do Paço (Amarante, ‘chef’ Tiago Bonito)

Loco (Lisboa, ‘chef’ Alexandre Silva)

Mesa de Lemos (Viseu, ‘chef’ Diogo Rocha) – novidade

Midori (Sintra, ‘chef’ Pedro Almeida)

Pedro Lemos (Porto, ‘chef’ Pedro Lemos)

São Gabriel (Almancil, ‘chef’ Leonel Pereira)

Vista (Portimão, ‘chef’ João Oliveira)

Vistas (Vila Nova de Cacela, ‘chef’ Rui Silvestre) – novidade

William (Funchal, ‘chef’ Luís Pestana)

Duas estrelas:

Alma (Lisboa, ‘chef’ Henrique Sá Pessoa)

Belcanto (Lisboa, ‘chef’ José Avillez)

Casa de Chá da Boa Nova (Leça da Palmeira, ‘chef’ Rui Paula) – novidade

Il Gallo d’Oro (Funchal, ‘chef’ Benoît Sinthon)

Ocean (Alporchinhos, ‘chef’ Hans Neuner)

The Yeatman (Vila Nova de Gaia, ‘chef’ Ricardo Costa)

Vila Joya (Albufeira, ‘chef’ Dieter Koschina)

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