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Guiné-Bissau suspende RTP e Lusa

Na origem da suspensão está o não cumprimento do último memorando, assinado em 2003.
30 Junho 2017, 14h44

Segundo avançou, esta sexta-feira, o ministro da Comunicação Social guineense, Vítor Pereira, as atividades da RTP, da EDP e da Agência Lusa vão ser suspensas na Guiné-Bissau. Na origem da decisão, está o não cumprimento do último memorando, assinado, entre Lisboa e Bissau, em 2003.

Vítor Pereira esclareceu, em declarações à TSF, que o acordo, atualmente com 20 anos, está pendente de revisão há 14. “Nós chamamos a atenção por diversas vezes. De há um ano a esta parte chamei a atenção cinco vezes, inclusivamente em Lisboa, na presença do Conselho de Administração da RTP”, disse, salientando que “até hoje não me deram a mínima satisfação”.

E acrescentou: “A última vez que nos sentamos com os portugueses foi em 2003. (…) Além de que o memorando de entendimento que foi assinado nessa altura, o teor desse memorando não foi cumprido”.

O ministro adiantou, ainda, que as atividades destas três fontes de informação vão ser suspensas à meia-noite de hoje (uma hora da manhã em Lisboa).

Em comunicado, a RTP lamenta a decisão tomada, reforçando que “estas emissões constituem há muito uma janela da Guiné-Bissau para o mundo”. “Com esta decisão, os guineenses vêem reduzido o seu poder de escolha e o seu acesso a uma informação e programação feita com rigor, isenção e pluralismo (…) e terão maior dificuldade em saber o que se passa na sua terra de origem”.

A estação televisiva aponta ainda a suspensão como “um retrocesso”. “Ao longo de muitos anos a RTP tem mantido com a Guiné-Bissau, num espírito de entreajuda, uma relação de cooperação técnica e de formação, com vantagens mútuas”, explica, salientando que “procuraremos manter e, se possível, desenvolver essa relação com a Guiné-Bissau, ligada por fortes laços a toda a Comunidade Lusófona”, na expetativa de que a decisão “possa ser ultrapassada o mais brevemente possível”.

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