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Há 20 mil empresas de capital nacional que estão a fazer crescer a economia

Estas empresas representam dois terços do crescimento do volume de negócios do tecido empresarial entre 2014 e 2017.
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1 Dezembro 2018, 15h01

Os dados são da Informa D&B e pertencem ao estudo sobre Empresas de Capital Nacional’ que foi apresentado na semana passada em Lisboa, no 2º Congresso dos Gestores Portugueses, organizado pela FAE – Fórum de Administradores e Gestores de Empresas.

Existem em Portugal cerca de 20 mil grandes empresas e PME de capital nacional que são responsáveis por 45% do volume de negócios (141 mil milhões de euros, valor que representa 76% do PIB), 46% das exportações (30 mil milhões de euros) e 39% do emprego (965 mil empregados) do tecido empresarial, diz o estudo ‘Empresas de Capital Nacional – Retrato, Relevância e Desempenho’, que não abrange nem bancos, nem seguradoras.

Entre as 20 mil empresas de capital nacional, 3% são grandes empresas, 16% são médias empresas e 81% são pequenas empresas, “com os valores de volume de negócios, exportações e emprego bem distribuídos entre todas as dimensões”, diz o comunicado.

No entanto, as PME destacam-se no volume de negócios (60%), exportações (55%) e emprego (76%).

Pelo contrário, nas empresas de capital estrangeiro estes valores concentram-se nas empresas de grande dimensão, ressalva a Informa D&B.

As empresas de capital nacional representam dois terços do total do crescimento do volume de negócios no tecido empresarial durante o período 2014-2017, com taxas de crescimento superiores às empresas de capital estrangeiro também no emprego e nas exportações, um fenómeno transversal a todas as dimensões e setores empresariais, adianta ainda o estudo.

No caso concreto do negócio gerado pelas exportações, as empresas nacionais aumentaram quase o dobro face às estrangeiras — 7,5% contra 3,9%.

Em termos de crescimento das empresas (2014-2017), as 20 mil empresas de capital nacional apresentaram uma taxa de crescimento do volume de negócios  de 6,5%; das exportações de 7,5% e um crescimento do emprego de 6,4%.

Já as empresas de capital estrangeiro apresentaram uma taxa de crescimento do volume de negócios de 1,7%; o crescimento das exportações foi de 3,9%; e o emprego cresceu 5,3%.

As empresas nacionais estão a crescer mais do que empresas estrangeiras e mais de metade (52%) são empresas familiares, que compreendem as e empresas cujo capital seja detido maioritariamente por pessoas que detém o capital social da empresa, ou está na posse dos seus cônjuges, pais, filhos ou herdeiros diretos dos filhos e pelo menos um representante da família estiver envolvido no governo da empresa.

Um dos aspetos que pesam na relevância das 20 mil empresas de capital nacional é a sua longevidade, com mais de metade (51%) a registar idade superior a 20 anos. Além disso, 62% destas empresas apresentam um Risco de Failure [que mede a probabilidade de cada empresa cessar atividade nos próximos 12 meses com dívidas por liquidar com os fornecedores] mínimo, valor que compara com 42% quando considerada a totalidade do tecido empresarial.

Relacionado com a longevidade está o facto de 52% destas empresas terem uma gestão familiar. De acordo com os dados da Informa D&B, as empresas familiares registam em geral maior longevidade do que a média do tecido empresarial.

As PME estão em destaque no volume de negócios e exportações

Dentro do universo de empresas de capital nacional, destaque para as PME, que apresentam uma taxa de crescimento do volume de negócios superior à das grandes empresas (+7% versus 5,9%).

Quer as empresas de capital nacional, quer as de capital estrangeiro contribuem de forma relevante para as exportações, explica o estudo. No entanto, enquanto no universo de empresas de capital nacional o maior contributo é dado pelas PME (56%), nas de capital estrangeiro são as grandes empresas que se destacam, sendo responsáveis por 80% das exportações.

A Informa D&B conclui também que ambos os universos revelam uma vocação exportadora semelhante, embora se encontrem mais exportadoras nas empresas de capital estrangeiro.

Há uma elevada concentração das empresas e do volume de negócios em 4 setores. Sendo que 70% das empresas e 80% do volume de negócios das 20 mil empresas de capital nacional estão concentrados nos setores das Indústrias transformadoras, Grossistas, Retalho e Serviços.

Entre as 20 mil empresas nacionais, o setor das Indústrias transformadoras é o que regista maior percentagem de empresas exportadoras (65%), representando também mais de metade (54%) do valor das exportações.

“Apesar de menos representativos, os outros setores registam também valores muito positivos”, diz a Informa D&B. O setor dos Transportes salienta-se pelo seu elevado número de entidades exportadoras (51%) e as Telecomunicações, também com mais de metade de exportadoras, regista um crescimento de 21% entre 2014 e 2017 nas exportações.

Segundo Teresa Cardoso de Menezes, diretora geral da Informa D&B, ‘procurámos entender o desempenho e o contributo destas empresas e constatámos que têm desempenhado um papel crítico no desenvolvimento recente da nossa economia’.

Este estudo abrangeu um universo de empresas do setor privado com indícios de atividade comercial durante o ano de 2017 e não inclui a Banca e os Seguros.

São 310 mil as empresas com atividade comercial, com 312 mil milhões de euros de volume de negócios, 64 mil milhões de euros de volumes de exportações e 2,5 milhões de empregados.

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