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Há 25 milhões de empresas europeias a usar ferramentas do Facebook: “Maioria utiliza grátis”, diz rede social

Esta semana Mark Zuckerberg ameaçou abandonar as suas redes sociais na União Europeia. A empresa garante, no entanto, que está comprometida na recuperação económica dos Estados-membros. “O modelo de publicidade personalizada é que nos permite dar essas ferramentas gratuitamente e traz igualdade de condições”, refere Nick Clegg, vice-presidente de Assuntos Globais da empresa.
23 Setembro 2020, 08h10

Já são 25 milhões as empresas que utilizam as aplicações e ferramentas do Facebook na Europa, numa altura em que a rede social faz correr tinta por ter ameaçado deixar as operações na União Europeia caso não pudesse transferir dados para os Estados Unidos.

“A vasta maioria desses 25 milhões usam-nas gratuitamente. No ano passado, fizemos um inquérito com parte dessas empresas, de 15 países, e concluímos que a maneira como elas utilizam as redes sociais, em particular o Facebook, para chegar aos consumidores – a maioria das vezes grátis – gera receitas de 2,8 mil milhões, o que faz uma estimativa (independente) de 3 mil milhões de empregos”, disse o Nick Clegg, responsável do Facebook, na European Business Summit (EBS).

Questionado sobre a prioridade da empresa para os próximos seis meses, o vice-presidente de Assuntos Globais e Comunicações do Facebook garantiu que o foco está em continuar a dar capacidade às empresas pequenas de fazerem aquilo que antes apenas as grandes, com avultados orçamentos para publicidade, conseguiam.

“O modelo de publicidade personalizada é que nos permite fornecer essas ferramentas gratuitamente e traz igualdade de condições. Nós acreditamos que esse é o nosso maior papel na recuperação económica europeia”, referiu Nick Clegg.

Para Bruxelas, o ímpeto do trabalho é assegurar que os planos de recuperação dos Estados-membros geram resiliência, sustentabilidade e sucesso económico e que existe um equilíbrio entre as iniciativas nacionais e o “horizonte” da União Europeia.

“Para nós, o principal desafio é fazer as coisas acontecerem, a implementação, a ratificação. Não quero entrar em detalhes, mas há muitas coisas por fazer: saber como entregar tamanha quantidade de dinheiro nos mercados financeiros, como encontrar recursos humanos para pagar a dívida que estamos a emitir em comum…”, começou por explicar o comissário europeu da Economia, na mesma sessão online.

“À parte isso, está a qualidade destes planos, porque se a qualidade estiver lá, de alguma forma, isto será histórico e será desenvolvimento para a abordagem europeia, mas se não estiver e a Comissão Europeia for apenas um intermediário financeiro, a transferir dinheiro para os governos, poderá ser um falhanço”, referiu Paolo Gentiloni.

O comissário europeu lembra que a instituição liderada por Ursula Von der Leyen tem rotas e metas “que se parecem um pouco burocráticas”, mas considera que “a comunidade de diferentes Estados-membros definir estas regras é absolutamente crucial para evitar uma dispersão dos fundos”.

O painel da EBS, subordinado ao tema “Rebooting the Economy towards a green, digital and resilient Union”, contou ainda com as intervenções de Daniel Gros, diretor do Centro de Estudos Políticos Europeus, e Chupi Sweetman, CEO e fundadora da Chupi Heirloom Jewellery.

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