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“Há um forte aumento do investimento no Norte do país”

A Miranda & Associados integrou o escritório do Porto Amorim Advogados, uma parceria que se insere no plano estratégico que a sociedade definiu para crescer no mercado português.
  • Cristina Bernardo
24 Março 2017, 15h19

Tiago Amorim, Tânia Santos, Cathy Stevens, Catarina Oliveira são os advogados do Porto que desde janeiro de 2016 foram integrados na Miranda & Associados, fruto da necessidade de assessorar a clientela além-fronteiras, com o apoio de estruturas locais. À procura de parceiros estava o escritório lisboeta, que pretendia fortalecer a sua presença no Norte.
O casamento entre as duas sociedades começou com um almoço na Invicta, fortaleceu-se por intermédio dos pontos de confluência na atividade e clientela, e parece estar de pedra e cal.

Os parceiros afirmam que os objetivos que tinham para este primeiro ano foram largamente ultrapassados, do ponto de vista da integração, do alinhamento da equipa com a política “mais formal” da Miranda, da diversificação de áreas de atuação e do aumento da capacidade de oferta. Tiago Amorim, responsável pela Amorim Advogados, juntou-se à lista de sócios da Miranda num período em que as solicitações eram muitas e em que não conseguiam responder a todas nos picos de trabalho, o que tornou a sociedade “vítima do seu próprio sucesso”.

Depois de um trabalho de diálogo contínuo e coaching em Lisboa, os advogados do Porto estudaram o manual de procedimentos da firma internacional e os clientes nem precisaram de explicações sobre a mudança. Alberto Galhardo Simões, partner da Miranda, considera que se fez uma “transição harmoniosa” e que não houve desconfiança por parte dos clientes sobre se os serviços passariam a ser mais onerosos, como normalmente acontece.

Apoio a startups
No Norte, muitos dos operadores estão de olhos postos na internacionalização em jurisdições em que a Miranda Alliance marca presença, como os mercados francófono e lusófono. Porém, não deixam de parte aquela zona do país devido às oportunidades geradas pela crise e para as quais o Alberto Simões considera que os clientes estão cientes.

“Querem investir no país porque há sempre aquele ganho de entrar no mercado numa altura menos boa para, quando houver um período de expansão, já lá estejam”, refere. Proprietário de uma quinta em Figueira de Castelo Rodrigo e atento à conjuntura no Norte, o responsável pela jurisdição portuguesa diz que o Portugal2020 pode ser um bom catalisador de investimento para o Interior. A ideia é reforçada por Tiago Amorim, que realça o “forte  aumento do investimento nacional e estrangeiro no Norte do país”, nomeadamente nos projetos relacionados com o setor energético.

Dos mais recentes planos a dois faz parte a implementação de uma base de apoio a startups, mercado que os escritórios reconhecem como sendo “interessante” e capaz de “trazer muito ao país e ao Norte”. A aposta concretizou-se, por exemplo, num protocolo com a incubadora bracarense InvestBraga,  nos termos do qual prestam assistência jurídica a algumas microempresas numa fase inicial.

Apesar de conscientes da importância do empreendedorismo e interessados em estar ligados a esta realidade, Miranda e Amorim preocupam-se com a gestão de alocação de recursos e estão a formar a equipa numa lógica de rentabilidade.
Mais de um ano depois da integração, os profissionais da Amorim Advogados mantêm-se no mesmo número, mas as sociedades estão a planear adotar medidas de crescimento orgânico no Porto, sobretudo nas áreas de Direito Laboral e Fiscal, através da integração de uma equipa já desenvolvida ou com advogados isolados dessas áreas de prática. Ainda assim, Tiago Amorim frisa que a natureza de integração “dispensa um crescimento precipitado e desmesurado da equipa do Porto”, dado que podem recorrer ao apoio na capital.

Esta aliança foi a primeira no novo programa estratégico da Miranda & Associados, no entanto, Alberto Galhardo Simões considera que a meta é fortalecer a Miranda em Portugal e não há “ansiedade de desatar a integrar sociedades a torto e a direito”.

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