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High Bridge pagou parte do empréstimo do BCP com venda das ações da Pharol

A High Bridge Unipessoal, que detinha uma posição de 9,99% na Pharol e estava numa situação de incumprimento com o BCP, vendeu metade da participação na empresa que é acionista da brasileira Oi e usou a totalidade do encaixe dessa venda para reembolsar o BCP a quem tinha dado as ações como colateral de um financiamento.
  • Miguel A. Lopes/Lusa
24 Setembro 2019, 07h43

A High Bridge Unipessoal, que detinha uma posição de 9,99% na Pharol e estava numa situação de incumprimento com o BCP, vendeu metade da participação na empresa que é acionista da brasileira Oi e usou a totalidade do encaixe dessa venda para reembolsar o BCP a quem tinha dado as ações como colateral de um financiamento, sabe o Jornal Económico.

No entanto a sociedade de que não se conhece o beneficiário efectivo (mas que o mercado atribui a Nelson Tanure) ainda não conseguiu saldar a totalidade da dívida ao banco liderado por Miguel Maya. Pelo que o BCP tem ainda direitos de voto sobre as ações remanescente que ainda estão na posse da High Bridge e que correspondem agora a 4,88% do capital da Pharol.

Num comunicado enviado na semana passada à CMVM, o BCP anunciou a redução de imputação de direitos de voto na qualidade de credor beneficiário de penhores financeiros em resultado da alienação de ações.

O banco liderado por Miguel Maya anunciou a 12 de agosto que tinha passado a deter 9,99% dos direitos de voto da Pharol, sendo que  “a imputação de direito de voto inerentes resulta dos termos e condições de penhores financeiros que incidem sobre ações (as quais continuam a ser detidas pelo respetivo titular) e que presentemente permitem ao Banco Comercial Português vir a apropriar-se das ações ou exercer os respetivos direitos de voto.”

O BCP dizia que se exercesse o penhor, o seu objetivo é alienar os títulos.

A High Bridge comprou em 2017 os 6,17% da participação do BCP na Pharol.

Da posição de cerca de 5% que foi vendida pela High Bridge, não se conhece o valor do encaixe, sabe-se apenas que a posição desceu abaixo dos 5% no dia 17 de setembro 2019, terça-feira.

A High Bridge, que tem sido associada ao empresário brasileiro Nelson Tanure, reforçou a sua posição no capital da Pharol numa altura em que estava numa guerra contra a administração da Oi. Nelson Tanure é também acionista da Oi e foi um dos opositores ao plano de recuperação judicial da operadora brasileira, estando aqui do lado da Pharol que também foi contra.

Nelson Tanure fez fortuna comprando empresas em dificuldades.

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