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Hilti cresce com reabilitação das baixas de Lisboa e Porto

Participada da multinacional está a aproveitar o ambiente de recuperação económica para aumentar a presença no mercado interno. Segmentação de mercados, fidelização de clientes e serviços inovadores são as apostas da Hilti Portugal para crescer.
  • Cristina Bernardo
27 Julho 2017, 07h20

A Hilti, empresa especializada no desenvolvimento e produção de ferramentas, serviços e tecnologias para os profissionais da construção civil, integrada na multinacional do mesmo nome com sede no Liechtenstein, está em Portugal desde 2002. Entrou com o mercado em alta, superou a profunda crise do setor a nível interno e agora está a crescer de forma consolidada, em parte devido ao grande dinamismo do mercado do segmento nacional de recuperação e reabilitação urbanas, proporcionado pelo boom do turismo e do fenómeno crescente do airbnb.

Em entrevista exclusiva ao Jornal Económico, António Raab, diretor-geral da Hilti Portugal, não revela números de faturação específicos por questões de regras de confidencialidade impostas pelo grupo, mas garante que no final do primeiro semestre deste ano, a atividade da empresa estava a crescer 20% em relação ao período homólogo de 2016.
“Neste momento, a construção civil portuguesa está vivendo da renovação e do investimento privado. O segmento da renovação e da requalificação urbanas está a crescer entre os 20% e os 30% todos os anos. Mas há ainda muito espaço apara crescer neste capítulo. Este segmento vale 35% a 40% da faturação global do setor da construção em países como a Itália e a Áustria, por exemplo”, sublinha António Raab, acrescentando que , em Portugal, o setor da renovação e da requalificação de edifícios vale apenas entre 5% e 10% do volume de negócios da construção em geral.
Entre as maiores obras de reabilitação que a Hilti tem em curso em Portugal destacam-se o Hotel Monumental Palace (Porto), o edifício A Brasileira (também no Porto); o Hotel My Story (Lisboa) e a ampliação do Hotel Bairro alto (também na capital). “Penso que dentro de cinco ou seis anos podemos chegar a esses valores na Hilti Portugal, de 40% ou 50% da faturação no setor da renovação. Na nossa empresa, esse setor já vale 20% neste momento”, prevê António Raab.

O diretor-geral da Hilti Portugal assume que o grande projeto de negócios da empresa para o nosso país “é participar nos processos de reabilitação das baixas das cidades de Lisboa e do Porto, em que, neste momento, estamos presentes em quase todas as pequenas e médias obras”.

A crise não levou a despedimentos na Hilti Portugal, mas obrigou à realocação de funcionários por outras empresas do grupo no estrangeiro. O mínimo de trabalhadores em Portugal foi de 70, mas agora a empresa já conta com 105 funcionários. Com tendência para crescer, até porque além da subida de faturação no segmento da reabilitação de edifícios, a Hilti vai centrar a sua atividade em várias apostas para expandir os negócios: foco crescente na segmentação de mercado (indústria elétrica, construção civil, elétrica mecânica, eletrónica, infraestruturas de energia, refinarias, entre outros); fidelização de clientes e atenção especial aos clientes VIP; lançamento do serviço de track dos equipamentos dos clientes e desenvolvimento do sistema de gestão de frotas de equipamentos .

“Nos últimos quatro anos, a Hilti testou 12 produtos novos em Portugal, uma média de três produtos por ano. Por ano, o grupo lança entre 60 e 70 produtos todos os anos. Isto tem permitido uma diferenciação bastante grande da empresa. Em Portugal, temos feito o lançamento mundial de vários desses produtos da Hilti, depois de testes feitos em Portugal e com mão-de-obra exclusivamente portuguesa. A mão-de-obra nacional é extremamente considerada nos diversos mercados em que a Hilti opera”, destaca António Raab.

Artigo publicado na edição digital do Jornal Económico. Assine aqui para ter acesso aos nossos conteúdos em primeira mão.

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