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Hong Kong. Carrie Lam admite não ter intenções de usar poderes de emergência para introduzir novas leis

Depois de ter sido legislada a regulação que proíbe o uso de máscaras ou disfarces, os protestos em Hong Kong despoletaram. Carrie Lam garante que não recorrerá mais a leis da era colonial para combater os manifestantes.
8 Outubro 2019, 11h22

A líder de Hong Kong admitiu, esta terça-feira, que o governo não tem planos, para já, de usar os poderes de emergência da era colonial para introduzir mais leis novas, depois de um fim de semana de protestos violentos resultantes de uma nova legislação que proíbe o uso de máscaras.

Numa conferência de imprensa, esta manhã, Carrie Lam alertou que a economia de Hong Kong estava a sofrer por tabela com o quarto mês de protestos violentos. O centro financeiro asiático está a enfrentar a sua primeira recessão em mais de uma década.

Apesar dos confrontos regulares entre manifestantes e polícia – e a primeira interação entre tropas chinesas estacionadas no território e manifestantes – Lam garantiu que Hong Kong está equipado para lidar com a situação por conta própria.

Na terça-feira, a rede de metro da Hong Kong (palco de alguns confrontos violentos entre manifestantes e forças de segurança) funcionou a meio gás devido ao vandalismo generalizado na infraestrutura e aos passageiros que enfrentam longas filas nas estações abertas.

Limite ao acesso à internet

O governo de Hong Kong admitiu esta terça-feira impor restrições ao acesso à Internet, três dias depois da proibição de máscaras em manifestações, o que fez intensificar os protestos para exigir a democratização do sistema político local.

“O governo não descartará a possibilidade de proibir a Internet”, disse à agência noticiosa AFP Ip Kwok-Im, membro do Conselho Executivo da Região Administrativa Especial chinesa e deputado alinhado pelas posições do governo central chinês.

O movimento pró-democracia usa fóruns online e e-mail encriptado para organizar as ações de protesto. Ip Kwok-Im, no entanto, enfatizou que restringir o acesso à Internet pode ter consequências negativas para Hong Kong.

“Penso que uma das condições de implementação da proibição da Internet seria não afetar as empresas de Hong Kong”, disse o membro do conselho executivo, o órgão consultivo da chefe do Governo, Carrie Lam.

Entrada de exército chinês se protestos piorarem

Carrie Lam disse que a possibilidade de Hong Kong pedir uma intervenção chinesa está prevista na mini-constituição do território, a Lei Básica, mas não indicou em que circunstâncias o poderá fazer.

“Eu ainda sinto, fortemente, que devíamos encontrar soluções. Essa também é a posição do Governo central [chinês], de que Hong Kong deve resolver o problema por conta própria, mas se a situação piorar, nenhuma opção poderá ser descartada, se quisermos que Hong Kong tenha pelo menos uma outra oportunidade”, afirmou, em conferência de imprensa.

Os protestos começaram em junho por causa de uma proposta de emendas a uma lei que permitiria extraditar suspeitos de crimes para território e países sem acordos prévios, como a China, mas cedo se transformou num movimento antigovernamental e pró-democracia.

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