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Hong Kong em recessão económica depois de cinco meses em protestos

Secretário de Estado das Finanças em Hong Kong alerta para o abrandamento no turismo e diz ser difícil atingir o crescimento económico anual de 1%. “Não descarto a possibilidade de o crescimento económico do ano ser negativo”, anunciou.
  • DR AP
28 Outubro 2019, 11h10

Segundo o secretário de Estado das Finanças de Hong Kong, tudo indica que a região está prestes a entrar numa recessão económica depois de mais de cinco meses de protestos contra o governo terem abrandado o crescimento anual.

“O golpe à nossa economia é compreensível”, referiu Paul Chan num publicação no seu blog, acrescentando que os valores que divulgados, nesta quinta-feira, irão sugerir dois trimestres sucessivos de contração, ou seja, a definição técnica de recessão. “O governo vai anunciar as suas estimativas para o terceiro trimestre esta quinta-feira. Depois de ver de ver um crescimento negativo no segundo trimestre, a situação continuou no terceiro trimestre, o que significa que nossa economia entrou numa recessão técnica ”, cita o jornal “The Guardian”, esta segunda-feira, as palavras o secretário das finanças.

“Parece-se ser extremamente difícil alcançarmos o crescimento económico anual de 0 a 1%. Não descarto a possibilidade de o crescimento económico do ano ser negativo”, rematou. Para além do lento crescimento económico, também o turismo derrapou em 50% no mês de outubro, uma queda que para Chan é uma “emergência”.

Os protestos na ex-colónia britânica chegaram à 21ª semana. No domingo, manifestantes vestidos de preto e mascarados atearam fogo em lojas e atiraram cocktails molotov contra as autoridades policiais, que, por sua vez, respondeu com gás lacrimogéneo, canhões de água e balas de borracha. Os manifestantes também atacaram lojas, bancos e estabelecimentos detidos por empresas chinesas e vandalisaram as redes de metro da região.

Embora as autoridades tenham anunciado medidas para apoiar as pequenas e médias empresas locais, Chan disse que as medidas podem “apenas reduzir ligeiramente a pressão”.

“Deixem os cidadãos voltarem à vida normal, deixem a indústria e o comércio funcionar normalmente e criem mais espaço para o diálogo racional”, escreveu.

Os manifestantes em Hong Kong estão irritados com o aumento da interferência de Pequim na região. Em 1997, a região ficou sob o domínio chinês sob o mote “um país, dois sistemas”, destinada a garantir liberdades não vistas no continente.

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