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Hospitais podem vir a cobrar por doentes abandonados

Dos mil pacientes ainda internados após alta médica, cerca de metade pode ser transferida para lares de terceira idade ou para casa própria onde necessitam de apoio domiciliário, sendo que a outra metade é composta por cidadãos que continuam a precisar de cuidados.
18 Dezembro 2019, 08h30

Há doentes que são abandonados pelas respetivas famílias nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, e estas mesmas entidades gastam 100 milhões de euros anuais com os mais de mil doentes que têm alta clínica mas que continuam internadas por falta de resposta social, avança o ‘Jornal de Notícias’ esta quarta-feira, 18 de dezembro.

O problema tem sido denunciado pelos próprios hospitais há largos anos, e o Ministério da Saúde pretende encontrar um “modelo de responsabilidade financeira” para quem não precisa de estar internado. A medida, que está prevista no Orçamento de Estado para 2020, mas ainda não existe data para avançar.

O gabinete liderado por Marta Temido explicou ao JN que está a trabalhar com o Ministério da Segurança Social de Ana Mendes Godinho. Desta forma, estes dois gabinetes pretendem unir forças para uma melhor resposta, embora este seja um trabalho desenvolvido ao longo do próximo ano.

Dos mil pacientes ainda internados após alta médica, cerca de metade pode ser transferida para lares de terceira idade ou para casa própria onde necessitam de apoio domiciliário, sendo que a outra metade é composta por cidadãos que continuam a precisar de cuidados continuados ou paliativos, ainda que não exista vaga na rede.

O que está previsto no OE2020

No Orçamento de Estado para 2020, estão reservados 40 milhões de euros para a contratação de 800 novas camas de internamento em cuidados continuados ou paliativos Existe ainda a deslocação de 400 milhões de euros em investimento para a construção de novos hospitais, bem como a requalificação de instalações existentes e melhorias em equipamento. Serão ainda distribuídos 12 milhões de euros de receita da contribuição extraordinária para os dispositivos médicos.

A pasta da Saúde liderada por Marta Temido vai auferir de um total de 11.225,6 milhões, num reforço de 941 milhões de euros relativamente ao ano passado, representado um aumento de 10%. Uma das medidas propostas no OE2020 estende-se ainda ao corte no pagamento de taxas moderadoras em consultas nos centros de saúde, ainda que esta medida vá acontecer de forma faseada.

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