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Hotelaria do Algarve considera reconversão dos trabalhadores do turismo “empobrecer o país”

AHETA diz ao Jornal Económico que o “Estado tem de criar condições para requalificar, mais que reconverter, os recursos humanos associados ao turismo”.
27 Agosto 2020, 18h05

Elidérico Viegas, representante da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), disse ao Jornal Económico (JE) que a reconversão dos trabalhadores do turismo a outros setores seria estar a “empobrecer o país”.

“Isto é a política do deita abaixo, que pode vender bem publicamente, mas atenta contra o interesse público nacional”, garantiu Elidérico Viegas, que lembrou que reduzir no turismo não significa que isso vai melhorar os setores que não conseguiram desenvolver-se, isto é empobrecer o país”.

“O Estado tem de criar condições para requalificar, mais que reconverter, os recursos humanos associados ao turismo com dois ou três objetivos importantes, primeiro melhorar as condições dos serviços prestados e segundo tornar os destinos e as empresas mais competitivos por melhoria dos índices de produtividade”, sugeriu Elidérico Viegas.

O responsável da AHETA recordou ainda que “até à pandemia, o setor turístico tinha falta de mão de obra” e assumiu que com o confinamento “muitos trabalhadores serão dispensados e têm vindo a ser dispensados”. No entanto, “não quer dizer que se o turismo regressar à normalidade depois não se precise de mão de obra outra vez “, destaca Elidérico Viegas.

O primeiro-ministro, António Costa, sugeriu reconversão dos trabalhadores do turismo para o setor social, mas não é o único a defender a medida. O PSD, embora não concorde com a reconversão exclusiva para o setor social, na generalidade, apoia a medida.

“É evidente que vai ter de haver reconversão de trabalhadores principalmente que estão no setor do turismo, vão ter de se reconverter para outros setores. O primeiro-ministro diz para o setor social, eu não digo para o setor social, digo para os setores da economia que se venham a revelar como necessários”, referiu Rui Rio, que também apontou que será necessário “apoio em termos de formação profissional”.

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