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Huawei já vende 50% dos smartphones sem serviços da Google. App Gallery já tem mais de 100 ‘apps’ portuguesas

A Huawei passou no desenvolvimento de serviços móveis próprios e hoje em dia metade do seu portefólio de smartphones já não depende da Google. A parte mais visível dessa aposta é o desenvolvimento da loja própria de aplicações móveis, que já conta com mais de 100 ‘apps’ portuguesas.
27 Outubro 2020, 16h10

A Huawei está cada vez mais independente da Google, passado mais de um ano desde que perdeu o acesso aos fornecedores norte-americanos. Atualmente, 50% dos smartphones vendidos pela empresa de origem chinesa já não têm os serviços da Google, vulgo Google Mobile Services (GMS), estando equipados com serviços 100% Huawei.

“Neste momento, temos um portefólio repartido em ’50-50. Ou seja, 50% dos equipamentos ainda contam com GMS e os outros 50% dos equipamentos contam com HMS [Huawei Mobile Services]”, revelou o diretor de vendas da Huawei Consumer Business Group (CBG), Tiago Flores, ao Jornal Económico, à margem da apresentação dos novos produtos da Huawei no mercado português para 2021.

Mas, no que respeita aos smartphones da Huawei, “ainda há muitos que têm acesso ao GMS”. “E continuamos a fornecer equipamentos com GMS”, assegurou Tiago Flores, explicando que são os smartphones mais recentes da Huawei que já não têm acesso aos serviços da Google e, por isso, são integralmente suportados por Huawei Mobile Services.

Aos olhos do consumidor final comum, a grande diferença é que 50% do portefólio de smartphones da Huawei não tem acesso à Play Store, a loja de aplicações da Google. Em alternativa, esses equipamentos têm acesso à App Gallery, a loja de aplicações própria da Huawei, lançada em 2018 e que tem registado um crescimento paulatino.

A versão comercial do maior sistema operativo do mundo – o Android – que é da Google, e que ajudou a Huawei alcançar uma no top3 do mercado de smartphones no mundo Europa foi-lhe vedada, em 2019. Por isso, a Huawei reforçou no último ano a aposta na sua App Gallery, para garantir que o distanciamento do Android não representasse males maiores para o ecossistema dos equipamentos da Huawei.

Assim, a Huawei apostou muito na App Gallery, uma loja de aplicações em tudo semelhante ao que se encontra numa Play Store ou numa App Store (loja própria da Apple). Essa aposta assenta, segundo Tiago Flores, em “grandes factores”: primeiro, na disponibilização gratuita de kits (conjunto de ferramentas de desenvolvimento de software) junto de developers, permitindo a criação de novas aplicações móveis no ecossistema HMS; em segundo, na criação de parcerias locais, com equipas locais focadas em incentivar o desenvolvimento de aplicações móveis locais específicas para cada mercado onde a Huawei está presente.

O segundo ponto “é decisivo” para o sucesso da App Gallery da Huawei, segundo o diretor de consumo da Huawei Portugal. No caso de Portugal, a Huawei Portugal em parceria com entidades portuguesas,  ou entidades internacionais mas com presença em Portugal, já integrou “mais de 100 aplicações” nacionais na loja de aplicações móveis da marca chinesa.

“Nós mapeamos cerca de 140 aplicações locais, como aplicações críticas para na nossa App Gallery”, disse Tiago Flores. Atualmente 75% das apps identificadas, “o que corresponde a mais de 100 aplicações locais”, estão já integradas na App Gallery.

As principais aplicações móveis portuguesas são de serviços financeiros ou bancários, segundo gestor responsável pelas vendas no segmento de consumo da Huawei em Portugal. Para a Huawei, as aplicações móveis das entidades bancárias são das mais utilizadas e procuradas nas comunicações e, tendo em conta a digitalização dos serviços financeiros, a banca foi considerada um setor crítico que não poderia faltar na App Gallery.

Atualmente, 90% das aplicações móveis da banca portuguesas estão já integradas na loja de aplicações da Huawei. É caso das ‘apps’ do Millennium BCP, da Caixa Geral de Depósitos ou do Novo Banco, do Banco CTT, bem como das ‘apps’ de serviços financeiros MB Way ou Moey.

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