A Huawei sentiu “algum abrandamento de consumo”, incluindo a operação em Portugal, com a entrada da fabricante de origem chinesa na lista de empresas que o Departamento do Comércio dos Estados Unidos impede de ter relações comerciais com empresas norte-americanas, revelou o head of sales da Huawei Portugal, Tiago Flores, em declarações ao Jornal Económico, esta terça-feira, 4 de fevereiro. Mas tal não terá afetado as vendas da empresa.
À margem de um encontro com jornalistas, em Lisboa, Tiago Flores contou que o referido abrandamento deveu-se “principalmente, porque as pessoas não sabiam exatamente o qual seria o impacto” da entrada da fabricante de telemóveis na chamada “Entity List“.
A adminsitração Trump decidiu colocar a Huawei na ‘lista negra’, em maio de 2019, por acreditar que a empresa tecnológica chinesa representa um risco de cibersegurança para os EUA. Como resultado as empresas norte-americanas deixaram de transferir tecnologia para a Huawei (mas também de receber) sem uma licença especial de Washington.
O responsável pelas vendas da Huawei explicou que a primeira prioridade da empresa em Portugal, foi entrar em contacto com as lojas que vendem produtos da marca e informar que “não haveria nenhum impacto para qualquer utilizador de smartphone da marca Huawei”, após a entrada da empresa na ‘lista negra’ norte-americana.
“A nossa primeira grande preocupação foi informar corretamente e, a partir daí, o que fizemos foi esbater as dúvidas. Continuamos a liderar muitos segmentos de mercado”, prosseguiu.
“Continuamos a liderar muitos segmentos de mercado”, disse, contudo, o responsável pelas vendas da Huawei em Portugal. Segundo os últimos números divulgados, relativos ao terceiro trimestre de 2019, a Huawei tem a segunda maior quota de mercado no fabrico de telemóveis (18,6%), seguida pela Apple (13%). A líder do mercado mundial é a Samsung (21,8%).
Esta terça-feira, a agência Reuters noticiou que a gigante tecnológica chinesa terá apelado à Comissão Federal de Comunicações dos EUA para que a empresa fosse retirada da “Entity List“. A Huawei sempre considerou que a decisão de Trump seria “ilegal e mal orientada”.
O apelo chega pouco depois de o Reino Unido anunciar que permitirá à Huawei participar no desenvolvimento na rede de quinta geração móvel (5G) no país.
A decisão do governo britânico poderá ter sido vista como uma oposição à posição dos EUA, que tem procurado convencer os países aliados a adotarem as mesmas medidas em relação à Huawei. Mas o chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, disse no dia 31 de janeiro, aquando da sua visita ao Reino Unido, que a decisão daquele país não será um obstáculo ao “relacionamento profundo” entre ambos os Estados.
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