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Huawei: “zero search” é uma das principais tendências na experiência digital

“Temos demasiadas aplicações nos nossos smartphones. Vamos simplificar isso para pequenos microserviços. Vamos perceber o que o consumidor quer e vamos dar ao consumidor apenas aquilo que ele quer”, disse Ken Hu, ‘deputy chairman’ da Huawei, na abertura do encontro anual com analistas, em Schenzen.
16 Abril 2019, 06h50

A Huawei acredita que o futuro da experiência digital pela tendência do “zero search”, disse hoje o deputy chairman do grupo, Ken Hu. Os consumidores vão deixar de ter procurar informação nos motores de busca da Internet e em aplicações dispersas, para em vez disso passarem a ter uma experiência que “liberta os olhos, as mãos e a mente”, disse o responsável da Huawei, na abertura do encontro anual com analistas, que decorre esta semana na cidade chinesa de Schenzen.

“No mundo inteligente não vamos ter de pesquisar, porque tudo aquilo que queremos virá ter connosco. Será toda uma nova experiência, permitida pela Internet das Coisas [IoT] e pela inteligência artificial”, disse Ken Hu, referindo-se às novas tecnologias que permitem conhecer de forma automática os gostos, as preferências e as necessidades dos utilizadores de plataformas digitais.

“Como consumidores, vamos interagir com o mundo digital de forma completamente diferente e podemos esperar muito da experiência zero search. Não precisaremos de comandos remotos. Teremos uma interação livre de botões. Os nossos olhos vão estar livres, as mãos vão estar livres e a nossa mente vai ser livre”, defendeu.

Huawei quer “trazer o consumidor novamente para o centro da experiência digital”

Na visão da Huawei, atualmente a experiência digital é “fragmentada”, com os consumidores a verem-se forçados a utilizar múltiplas aplicações para poderem aceder aos conteúdos e serviços que procuram. A solução proposta pela Huawei passa pela “conetividade total”, com uma experiência “seamless“, isto é, semelhante e uniforme qualquer que seja o dispositivo ou canal utilizado.

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“Queremos trazer o consumidor novamente para o centro da experiência digital. Vamos construir uma experiência digital inteligente. Vamos conetar todos os dispositivos, para criar uma experiência seamless para os consumidores”, explicou Ken Hu.

Acrescentou: “Temos demasiadas aplicações nos nossos smartphones. Vamos simplificar isso para pequenos microserviços. Vamos perceber o que o consumidor quer e vamos dar ao consumidor apenas aquilo que ele quer. Isto faz parte da experiência zero search“.

Ken Hu avançou também outras tendências que, no entender da Huawei, vão definir a forma como utilizamos as tecnologias digitais nos próximos anos. Uma dessas tendências é a super sight [que pode ser traduzida como “super visão”], que consiste na capacidade de “saber tudo sobre tudo”, graças ao machine learning.

“Vamos bater as barreiras da mente. Vamos ver aquilo que antes não conseguíamos ver. Por exemplo, poderemos inspeccionar um tubo subterrâneo de outra forma, sem as dificuldades que temos atualmente. Vamos poder ir a qualquer sitio, por difícil que seja. Outra aplicação é a saúde, por exemplo no diagnóstico de doenças que atualmente só podem ser feitos por especialistas altamente qualificados”, explicou o gestor.

Outra tendência é a “conetividade ubíqua”, devido às redes móveis de quinta geração (5G), que nos próximos três anos deverão chegar a 500 milhões de pessoas em todo o mundo, nas estimativas da Huawei, disse Ken Hu.

“A conetividade ubíqua vai ser permitida pelo 5G, que está a chegar muito mais depressa do que esperávamos. Em tres anos [até 2022], teremos 500 milhões de utilizadores. Esta meta só foi alcançada ao fim de 10 anos no 3G e de cinco anos no 4G. A este ritmo, estamos convencidos de que a nossa indústria vai conseguir conquistar o número de utilizadores para o 5G a um ritmo muito mais rápido”, disse, acrescentando que em 2025 deverão existir, a nível mundial, 6,5 milhões de estações [antenas] de 5G e 2,8 mil milhões de utilizadores, o que representa 58% da população mundial.

Inteligência Artificial permitiu reduzir trânsito em Schenzen em 17%

Outra tendência identificada pela Huawei é a importância crescente da Inteligência Artificial para o crescimento da computação na nuvem [cloud]. “A Inteligência Artificial está a acelerar a adoção da cloud, é o grande driver. Antecipamos que, em 2025, 97% das grandes empresas já usem Inteligência Artificial. E 77% das aplicações na cloud vão utilizar Inteligência Artificial”, disse Ken Hu. “A Inteligência Artificial vai ser a chave para a competição na cloud“, concluiu.

A Huawei tem desenvolvido soluções de Inteligência Artificial na cloud, para cidades, indústria, logística, universidades, Internet, domicílio, veículos e saúde, explicou o responsável. A mobilidade urbana é um dos temas fortes no que toca às soluções para cidades. “Já repararam que o trânsito em Schenzen está muito melhor? Temos trabalhado com as autoridades de Schenzen para reduzir o volume de trânsito, com recurso à Inteligência Artificial. Foi assim que foi possível reduzir o trânsito em 17% nos últimos anos”, exemplificou Ken Hu, referindo-se a uma cidade chinesa que conta com cerca de 12,5 milhões de habitantes.

Fundada em 1988, a Huawei é uma multinacional de equipamentos para redes e telecomunicações. Em Portugal, tem trabalhado com as várias operadoras de telecomunicações nacionais desde 2005, quando se deu a passagem para as redes 3G. O grupo chinês é líder mundial na área nas redes de quinta geração 5G, estando atualmente no centro de uma luta entre a China e os EUA pela hegemonia nesta tecnologia.

(*) O jornalista viajou a convite da Huawei

 

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