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‘Impeachment’: 11 milhões de norte-americanos assistiram ao primeiro dia do julgamento

No primeiro dia do processo que poderá fazer cair Donald Trump do cargo de presidente, as televisões norte-americanas foram as principais beneficiadoras, somando um total de 11 milhões de telespectadores.
  • Reuters
23 Janeiro 2020, 21h49

Cerca de 11 milhões de espectadores norte-americanos assistiram na televisão ao arranque do julgamento do Donald Trump no âmbito do processo impeachment no Senado, esta terça-feira, quando os legisladores debateram e analisaram durante várias horas o depoimento de testemunhas provas contra o presidente norte-americano.

O total ficou aquém dos cerca de 13,8 milhões de telespectadores, detetados em 10 redes de transmissão e televisão a cabo, que sintonizaram em novembro de 2019, no primeiro dia do inquérito de impeachment da Câmara dos Deputados contra Trump. Os dados foram recolhidos pela consultora Nielsen e divulgados, esta quinta-feira, pela agência Reuters.

O primeiro dia de julgamento arrancou às 13h00 (18h00 horas de Lisboa), teve a duração de quatro horas e meia e foi transmitido por oito canais de televisão: ABC, CBS, NBC, MSNBC, AT & T, CNN, Fox e Fox News.

https://jornaleconomico.pt/noticias/impeachment-audiencias-das-estacoes-de-televisao-nos-eua-vao-disparar-com-a-transmissao-em-direto-do-processo-contra-trump-511902

O julgamento prosseguiu esta quinta-feira a comando da acusação. Depois disso, entre sábado e terça-feira da próxima semana (o domingo é dia de descanso), será a vez da defesa. Seguem-se dois dias de perguntas e respostas, dos senadores aos dois lados do processo, e a partir daí ninguém sabe o que vai acontecer – será o resultado da discussão sobre a chamada de testemunhas a ditar os passos seguintes.

Trump foi acusado de abuso de poder e de obstrução do Congresso, num caso relacionado com uma campanha de pressão sobre a Ucrânia.

Segundo a acusação, o Presidente norte-americano pressionou o Presidente ucraniano, Volodimir Zelenskii, a abrir investigações para prejudicar Joe Biden, um dos seus principais adversários no Partido Democrata na corrida pela reeleição. Se isso não acontecesse, a Ucrânia não receberia um pacote de 391 milhões de dólares em ajuda militar (que já tinha sido aprovado pelo Congresso) para combater os separatistas pró-russos no Leste do país.

Após a abertura do processo de impeachment, em finais de Setembro, Trump recusou-se a ceder documentos à Câmara dos Representantes e proibiu os responsáveis da Casa Branca de testemunharem nas investigações, o que lhe valeu uma segunda acusação, por obstrução do Congresso.

Para que o Presidente norte-americano seja condenado e afastado da Casa Branca, é preciso que pelo menos 67 senadores aprovem uma ou as duas acusações. Se todos os 47 senadores do Partido Democrata votarem a favor, ainda assim ficam a faltar 20 votos – e, nesta altura, não há um único senador republicano disposto a condenar o Presidente.

A defesa de Trump, onde se destaca Ken Starr, o procurador independente que investigou o Presidente Bill Clinton, afirma que o impeachment na Câmara dos Representantes foi apressado e não tem provas suficientes.

E, mesmo que houvesse mais provas de abuso de poder e de obstrução do Congresso, o outro grande nome na equipa de Trump, Alan Dershowitz, defende que o processo não é legal – o antigo professor de Direito em Harvard é um dos poucos especialistas nos Estados Unidos que defende que um Presidente não pode ser destituído por decisões ou comportamentos que não sejam considerados crimes nos tribunais comuns.

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