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Impresa vende edifício ao Novo Banco por 24,2 milhões de euros

Operação inclui um acordo de locação do mesmo edifício à empresa liderada por Francisco Pedro Balsemão, por um período de 10 anos. garante financiamento, no ano em que vence um empréstimo obrigacionista de 30 milhões de euros.
  • Francisco Pedro Balsemão, CEO do grupo Impresa.
14 Junho 2018, 19h13

A Impresa fez uma operação de venda e relocação financeira (sale e lease back) com o Novo Banco, por 24,2 milhões de euros, anunciou o grupo de media, em comunicado divulgado esta quinta-feira, através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O contrato de locação é válido por um período de 10 anos.

O edifício Impresa, onde a empresa está sedeada, situa-se em Paço de Arcos, na rua Calvet de Magalhães, 242, onde está instalado o jornal Expresso, as revistas – entretanto vendidas à Trust in News – e para onde será transferida a estação de televisão SIC.

Com esta operação, a Impresa garante financiamento, depois de ter desistido, há 11 meses, de uma emissão obrigacionista.

Compra da TVI pela Altice justifica desistência de emissão

Em julho do ano passado, a Impresa anunciou uma emissão obrigacionista de até 35 milhões de euros, mas desistiu da operação, justificando a decisão com a notícia de que a Altice tinha chegado a acordo para comprar a Media Capital, empresa que detém a TVI, indiciando uma reorganização do sector de media em Portugal.

As obrigações previam uma maturidade de cinco anos e tinham uma taxa de juro variável igual à Euribor a seis meses mais um spread de 4,125%. Na altura o CaixaBI referiu que através desta operação a empresa pretendia aumentar a maturidade média da sua dívida e financiar a expansão da sede da Impresa, o mesmo edifício envolvido na operação com o Novo Banco.

Na sexta-feira ao inicio da noite a empresa liderada  por Francisco Pedro Balsemão disse que “iria continuar a acompanhar com atenção e dinamismo a evolução do mercado, de modo a detectar e antecipar o surgimento de condições que favoreçam a estratégia do Grupo”.

A operação estava a ser montada pelo Haitong Bank.

Na altura, o Caixa – Banco de Investimento considerou que o cancelamento da emissão de obrigações pela Impresa era uma notícia negativa, que poderia dificultar o seu financiamento durante este ano, quando vence o “empréstimo obrigacionista 2014/2018 no montante de 30 milhões de euros”.

Contas ainda no vermelho

O grupo Impresa reduziu em 77,1% o prejuízo no primeiro trimestre deste ano, face a igual período de 2017, para 640 mil euros. Os resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) consolidados mais do que quintuplicaram, de 400 mil euros para 2,2 milhões de euros.

No ano passado, a Impresa registou um prejuízo de 21,65 milhões de euros, explicado pela assunção de 21,96 milhões de euros de imparidades na sequência da venda do negócio das revistas.

As revistas do grupo Impresa – entre as quais as semanais Visão e Caras e a mensal Exame – foram vendidas à Trust in News, de Luís Delgado, por um montante de 10,2 milhões de euros, num negócio anunciado no primeiro dia útil deste ano.

Sem ter em conta as imparidades, o resultado líquido do ano passado caiu 44%, para 1,54 milhões de euros.

As receitas caíram mais do que o estimado pelos analistas, enquanto os custos não desceram tanto como o previsto. Em vez da quebra de 1,7% estimada pela Caixa BI, as receitas registaram uma descida de 2%, para 201,8 milhões de euros, enquanto a redução dos custos operacionais, que previa ter sido 2,9%, foi inferior, limitada a 1,3%, para 190,4 milhões de euros.

Em comunicado, a Impresa justifica que “o ano de 2017 foi marcado por uma profunda reorganização”, que “culminou com a alienação do portfolio de revistas”, que “penalizou a evolução dos custos operacionais”. Estes custos, “apesar das poupanças em áreas como as despesas com pessoal, foram afetados pelos custos com restruturação e reforço de imparidades para cobranças”, acrescenta, apontando que os custos com reestruturação atingiram 5,3 milhões de euros, cerca do dobro do registado em 2016. “Ajustando os custos de reestruturação, a descida [dos custos operacionais] foi de 2,8%”, avalia. Ainda assim, um valor inferior ao estimado pelos analistas.

Em consequência, os resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) em vez de subirem os 13% que previam os analistas, caíram 11%, para 13,81 milhões de euros.

O EBITDA ajustado dos custos de reestruturação subiu 5,6%, para 19,17 milhões de euros, enquanto a margem de EBITDA degradou-se em 0,7 pontos percentuais, para 6,8%.

A dívida líquida caiu 2,62%, para 178,4 milhões de euros.

Nos resultados apresentados, a Impresa não indicava qualquer guidance para o corrente ano, no entanto, o Jornal Económico noticiou já indicações dadas relativamente à área de publishing, nomeadamente quanto aos custos, pretendendo a administração uma redução de 4 milhões de euros.

 

 

 

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