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Incêndios foram catástrofe natural mais cara de sempre em Portugal, com indemnizações de 236 milhões

Perdas económicas causadas pelos incêndios em Portugal, no ano passado, totalizaram quase 900 milhões de euros (cerca de 1.000 milhões de dólares).
  • Carlos Barroso / Lusa
23 Fevereiro 2018, 12h17

As perdas económicas causadas pelos incêndios em Portugal, no ano passado, totalizaram quase 900 milhões de euros (cerca de 1.000 milhões de dólares) e o setor de seguros declarou que este foi desastre natural mais caro na história do país, obrigando a indemnizações superiores a 236 milhões de euros (cerca de 295 milhões de dólares).

Estes dados foram agora divulgados pelo Relatório Análise de Clima e Catástrofes, publicado pela Aon, corretora internacional de seguros a operar em Portugal, que apurou também, sobre o ano passado, o registo de 330 catástrofes naturais em todo o mundo, que provocaram perdas de cerca de 283 mil milhões de euros (353 mil milhões de dólares).

Ao contrário dos quatro principais países do sul da Europa, Portugal não foi capaz de minimizar o impacto dos incêndios florestais a longo prazo. Dados da EFFIS (Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais), revelam que Portugal representou uma taxa de cerca de 13% das terras ardidas por incêndios na União Europeia na década de 1980, 22% na década de 1990, 29% na década de 2000 e, desde 2010, as médias do país aproximam-se de 35%. Essa tendência pode ser atribuída a vários fatores, incluindo a localização de Portugal no caminho dos fortes ventos atlânticos, o aumento das temperaturas e secas prolongadas devido ao aquecimento global e estratégias ineficazes em mitigação de incêndios.

2017, o ano mais caro de sempre

Segundo o estudo, 2017 foi o ano mais caro, de que há registo, em desastres climáticos, com custos de 275 mil milhões de euros (344 mil milhões de dólares). Mais de metade das perdas financeiras tiveram origem no continente americano devido ao impacto dos furacões Harvey, Irma e Maria.

Na Europa, os prejuízos económicos foram causados, maioritariamente, pela grave seca que afetou a Península Ibérica e a Itália, uma das mais graves da história e que foi também uma das principais causas dos incêndios em Portugal. Aliás, a seca registada em Portugal, Espanha e Itália está entre os 10 eventos a nível global com maior prejuízo económico, com perdas superiores a 5 mil milhões de euros (6,6 mil milhões de dólares).

A Europa registou a maior extensão de terras ardidas desde 1980. É o primeiro registo de mais de um milhão de hectares de terras ardidas em toda a Europa. O país mais afetado foi Portugal, onde os dois grandes incêndios, em junho e outubro, atingiram 6,1% do território nacional e causaram 111 mortes, o maior número já registado.

A nível global, as perdas asseguradas, em 2017, registaram um aumento de 139% em relação ao ano anterior e foram as segundas mais elevadas de sempre, ao alcançar perto de 108 mil milhões de euros (134 mil milhões de dólares). No entanto, o relatório ressalva que a Indústria de seguros está preparada para lidar com o alto volume de cobertura de sinistros e para explorar oportunidades de crescimento e aumentar a resiliência em regiões onde os seguros são ainda insuficientes.

 

 

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