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Independência e visão de futuro. O que pede a RTP aos novos administradores?

Conselho Geral Independente da RTP já divulgou os requisitos que os interessados em candidatar-se ao novo conselho de administração da estação pública terão de respeitar. Novos gestores terão de preencher cinco critérios específicos, como experiência em gestão organizacional e liderança.
20 Janeiro 2021, 17h04

O Conselho Geral Independente (CGI) da RTP publicou esta quarta-feira os requisitos exigidos a todos os interessados em candidatar-se a uma vaga no próximo conselho de administração da estação pública. Os interessados têm de se agrupar em duplas (um candidato para a presidência e outro para vogal), devendo enviar manifestações de interesse para a Boyden, até ao dia 23 de fevereiro.

“O CGI pretende, numa primeira fase, escolher, conjuntamente, o presidente e um vogal do conselho de administração da RTP, para o triénio 2021-2023, devendo um dos dois assumir os pelouros das áreas de conteúdos”, lê-se no anúncio publicado no site da RTP.

Os novos administradores da RTP terão preencher cinco critérios específicos. Aos novos gestores pede-se, pelo menos, habilitações académicas mínimas ao nível da licenciatura, experiência relevante em gestão organizacional e liderança, bem como “aptidão” para atuar de forma independente, assumindo uma “visão de futuro, centrada numa cultura de serviço público”.

Os candidatos têm de demonstrar “capacidade de garantir, através de uma gestão rigorosa, o equilíbrio financeiro e promover uma ambição de resposta aos novos desafios do serviço público de média”.

O último dos cinco requisitos exigidos é que, entre as duplas que manifestem interesse em vir a integrar o novo conselho de administração da RTP, que o CGI espera que esteja em funções no final do primeiro trimestre, pelo menos um dos candidatos deve ter experiência “efetiva e relevante” no sector da comunicação social ou no das telecomunicações. Ou seja, apenas um dos futuros membros da nova administração da RTP terá de ter experiência profissional relacionada com os media.

As manifestações de interesses das duplas deverão ser acompanhadas pelos currículos profissionais “detalhados” de cada um dos interessados ao cargo de presidente e vogal do conselho de administração da RTP e por uma “versão preliminar de projeto estratégico para 2021-2023”.

O projeto estratégico proposto por cada uma das duplas deverá estar em consonância com as linhas de orientação estratégia que o CGI já definiu para a RTP.

Com base nas orientações do CGI, a versão preliminar de um projeto estratégico proposto terá de responder à questão da reestruturação “do formato de programas de informação diária e não-diária”. E, sem prejudicar “o nível de qualidade atingido” ao nível da programação terão que apresentar soluções de “rejuvenescimento” dos programas.

O esboço do plano estratégico a ser apresentado pelos candidatos terá também que mostrar como a RTP, “construindo uma oferta de conteúdos capaz de responder em todos os vetores de distribuição”, respeita “a missão de serviço público de média”, tendo em conta as mudanças tecnológicas e os desafios do consumo no audiovisual”.

Será com base nesse plano estratégico, proposto pelos candidatos, que o CGI vai escolher o futuro presidente da RTP e um vogal, com o auxílio da Boyden.

“O Conselho Geral Independente é assessorado tecnicamente nos processos de recrutamento e seleção prévia pela Boyden Portugal, que deverá apresentar ao CGI uma lista dos candidatos/as considerados mais adequados/as”, lê-se no anúncio.

Escolhidos o presidente e um vogal do próximo conselho de administração da RTP, em que um deles terá o pelouro dos conteúdos, o processo de recrutamento avança para uma segunda fase. Aí, será escolhido o vogal responsável pela área financeira, que terá de merecer um parecer prévio e vinculativo do Ministério das Finanças.

Só após o aval do Ministério das Finanças é que será possível ter os três membros do novo board da RTP selecionados. Segue-se a elaboração do projeto estratégico definitivo para a RTP, para o período 2021-203. Esse plano estratégico final terá de ter ‘luz verde’ do Conselho Geral Independente da RTP.

O novo conselho de administração da RTP, que substitui a equipa liderada por Gonçalo Reis, entra em funções após uma deliberação unânime da assembleia geral da RTP, tendo em conta que o Estado é acionista único da empresa.

O mandato da administração atual, liderada por Gonçalo Reis terminou em dezembro de 2020, mas a equipa continua em funções até à apresentação das contas de 2020 da RTP. O atual conselho de administração é composto por Gonçalo Reis e pelos vogais Ana Dias e Hugo Figueiredo. Gonçalo Reis está à frente da RTP desde 2015. No primeiro mandato, os vogais eram Nuno Artur Silva (atual secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media) e Cristina Vaz Tomé.

O CGI é presidido por José Vieira de Andrade, tendo como membros Arons de Carvalho, Francisco Seixas da Costa, Maria Helena Costa de Carvalho e Sousa, Leonor Beleza e Manuela Melo.

Criado em 2014, de acordo com o regulamento do Conselho Geral Independente da RTP, aprovado em setembro de 2015, é competência do CGI “escolher os membros do conselho de administração, de acordo com um projeto estratégico para a sociedade proposto por estes, estando a designação do membro responsável pela área financeira sujeita a parecer prévio e vinculativo do membro do Governo responsável pela área das finanças”. O funcionamento e as competências do CGI da RTP estão previstas na Lei n.º 39/2014.

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