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Independentismo volta a embaraçar governo espanhol

Comemoração de um ano do referendo sobre a independência voltou a ser um problema para o governo de Pedro Sánchez. O PP aproveitou para pedir ao executivo que tenha a coragem de pedir um voto de confiança no parlamento.
2 Outubro 2018, 09h30

As ruas da Catalunha voltaram a encher-se de manifestações a favor da independência da autonomia no dia (1 de outubro) em que se comemorava um ano do referendo ganho pelos independentistas – e que, mesmo não tendo qualquer enquadramento legal, alterou profundamente o panorama político de Espanha.

Pablo Casado, presidente do PP, pediu que as formações independentistas que “incentivam ou justificam a violência” não recebam qualquer financiamento público para manterem atividade política que considera ser contra os interesses do Estado. Depois de vários dias em que alguma violência esteve presente – com contes de estrada, fogos ateados a pneus e uma ou outra escaramuça – o PP considera que o governo de Madrid tem de colocar um travão na avalanche separatista.

Casado insistiu que “é chegada a hora” de aplicar novamente o artigo 155 na Catalunha, voltando a retirar-se poderes políticos, que regressaria à órbita do poder central. “O que mais tem que acontecer na Catalunha para o governo colocar ordem na região?, perguntava num debate televisivo da TV3.~

O líder da oposição colocou mesmo a questão:  dirigindo-se a Pedro Sánchez, chefe do governo socialista, afirmou que “se tivesse dignidade, pediria uma moção de confiança”.

A crise da Catalunha está por isso, mais uma vez, no centro das dificuldades do governo. Sánchez substituiu o popular Mariano Rajoy no auge da crise catalã com a promessa de que conseguiria resolver a questão de forma mais cordata que aquela que estava por trás da postura do Partido Popular – tendo mesmo conseguido o apoio da Catalunha e do País Basco quando confrontou o PP com uma moção de censura construtiva.

Agora, as coisas começam a corre mal para o PSOE. O PP – a que se juntará por certo a voz ainda mais dura do Ciudadanos, que ganhou as últimas eleições na autonomia catalã mas nunca conseguiu formar governo – tem apertado o cerco e os bascos já deixaram saber que a sua paciência está a esgotar-se e que o governo tem de fazer alguma coisa para provar que está do lado das autonomias.

Na Catalunha, apesar das vias de comunicação abertas com a Generalitat e o seu governo, liderado por Quim Torra, os resultados também não têm aparecido – e as críticas do PP são o resultado de um sentimento generalizado.

O PP solicitou o aparecimento do chefe do governo “para falar sobre todos os problemas de Espanha”. Os populares referem-se, acima de tudo, à Catalunha, mas o partido está muito interessado em pedir explicações sobre outros assuntos.

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