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Indústria aérea europeia perdeu 1.150 milhões de passageiros entre janeiro e agosto deste ano

Em termos gerais, os aeroportos europeus perderam uma quantia adicional de 182,3 milhões de passageiros durante o mês do pico do verão, no passado mês de agosto, com uma descida de 69% comparada com o cenário de ‘business-as-usual’ dos primeiros oito meses do ano passado,
8 Setembro 2020, 07h50

A indústria aérea europeia perdeu cerca de 1.150 milhões de passageiros no período entre janeiro e agosto deste ano, em comparação com o período homólogo de 2019, revela o último levantamento sobre o setor efetuado pelo ACI – Airports Council International Europe.

Desta forma, os responsáveis do ACI Europe, incluindo o respetivo diretor geral, Olivier Jankovec, aplaudem os últimos esforços de coordenação da Comissão Europeia para tentar recuperar o movimento de tráfego aéreo de passageiros na Europa.

De acordo com os dados recolhidos pelo ACI Europe no período em análise, o volume de passageiros na União Europeia/Espaço de Schengen e nos aeroportos do Reino Unido caiu cerca de 71% em agosto, com estas percentagens a descerem ainda mais no final do mês passado em muitos mercados.

Foram os casos dos mercados nórdicos e bálticos (-78%), Alemanha (-75%), Reino Unido (-73%) e Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo) (-72%), sempre em comparação com o período homólogo de 2019.

O resto da Europa, como a Rússia, Turquia, Israel, Ucrânia, Bielorrússia, Moldávia, Geórgia, Arménia, Albânia, Sérvia, Bósnia-Herzegovina, Macedónia do Norte, Montenegro e Kosovo, conseguiram resistir de uma forma mais resiliente à quebra de passageiros no período em análise, com baixas de cerca de 59% face ao período homólogo.

Em termos gerais, os aeroportos europeus perderam uma quantia adicional de 182,3 milhões de passageiros durante o mês do pico do verão, no passado mês de agosto, com uma descida de 69% comparada com o cenário de ‘business-as-usual’ dos primeiros oito meses do ano passado, trazendo as perdas totais no tráfego de passageiros nos aeroportos europeus para um total de 1.150 milhões de passageiros entre o início do ano e o final do passado mês de agosto

“A presente situação é claramente insustentável para os setores da aviação e do turismo. Os governos estão a dizer-nos que precisamos de nos adaptar à realidade da Covid-19. Se isso significa colocar de novo as nossas crianças de regresso à escola, não existe qualquer razão para que isso não deva significar também que possamos viajar de uma forma segura, limitando os riscos de contágio. Muitas, se não a maioria das atuais restrições de viagens não são proporcionais e efetivas no combate à epidemia. Ao mesmo tempo, essas restrições estão a prejudicar gravemente os estilos de vida, assim como o direito fundamental dos cidadãos europeus a viajar de forma livre na União Europeia por motivos de negócio, lazer ou razões familiares”, critica Olivier Jankovec.

Assim, os responsáveis do ACI Europe exigem o fim das medidas de restrições de quarentena e a adopção de um novo e detalhado protocolo de testes à Covid-19 e solicitou aos governos europeus para seguirem a posição adoptada pelo ECDC – European Center for Diseased Prevention (Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças), que considera que as restrições às viagens não são são nem efetivas, nem um caminho eficiente de reduzir os contágios de Covid-19 nos locais onde há transmissão comunitária – como é o caso do que se passa por todo o continente europeu.

No mínimo, como especificamente sugerido pela Comissão Europeia na sua proposta, Jankovec instou os Governos europeus a abandonar as exigências de quarentena para os viajantes oriundos de zonas alto risco e substituí-las por testes ao vírus da Covid, sempre que necessário.

“A proposta da Comissão vai na direção de solicitar aos Estados para reconhecerem mutuamente os resultados dos testes desenvolvidos por organismo certificados de saúde. Mas precisamos urgentemente de um protocolo de testes detalhado, acordado quer ao nível da União Europeia, quer no plano internacional”, assumiu Olivier Jankovec.

E o diretor geral do ACI Europe concluiu, criticando as ajudas financeiras às transportadoras aéreas: “salvar o turismo e a aviação europeus não vai ser conseguido colocando de forma seletiva biliões em algumas companhias aéreas”.

“Será antes de mais, conseguido primariamente ao colocar os cidadãos e os negócios numa posição de poderem viajar de novo – de forma a que todos os operadores possam olhar em frente para o caminho da recuperação”, assume Olivier Jankovec.

O ACI Europe é o departamento para a região europeia do Airports Council International (ACI), a única associação profissional de operadores de aeroportos à escala mundial.

Representa mais de 500 aeroportos em 46 países europeus.

Os membros do ACI Europe geram mais de 90% do tráfego aéreo comercial na Europa: 2,5 mil milhões de passageiros, 20,7 milhões de toneladas de carga aérea e 25,7 milhões de movimentos em 2019.

Em resposta à emergência climática, em junho de 2019, os membros do ACI Europe assumiram o compromisso de alcançar um nível zero de emissões de carbono para as operações sob o seu controlo até 2050.

“Precisamos urgentemente de um protocolo devidamente testado e detalhado para viajar, com a devida aprovação quer ao nível da União Europeia, quer no plano internacional”, insiste Olivier Jankovec.

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