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Inflação deverá “regressar à normalidade em 2022”, estima Crédito y Caución

“Os fatores deflacionistas fundamentais estão apenas debilitados, não desapareceram. O regresso a um cenário inflacionista como o registado em finais dos anos 70 ou início dos 80 está muito distante”, refere o relatório.
  • Aeroporto de Heathrow, Londres
23 Setembro 2021, 15h37

De acordo com uma análise divulgada no último Economic Outlook da Crédito y Caución, no qual a seguradora prevê que a inflação nos mercados avançados, que em 2021 regista taxas pouco habituais, “regresse à normalidade em 2022”.

“Os fatores deflacionistas fundamentais estão apenas debilitados, não desapareceram. O regresso a um cenário inflacionista como o registado em finais dos anos 70 ou início dos 80 está muito distante”, refere o relatório.

Segundo a Crédito y Caución, o primeiro factor que justifica a previsão é a “insustentabilidade do significativo aumento do preço do petróleo”, devido à pressão dos países da OPEP e externos à organização para aumentar a produção. Em concreto, os Emirados Árabes Unidos investiram significativamente nos últimos dois anos para aumentar a sua capacidade de produção com o intuito de gerar receitas para a sua estratégia de diversificação económica. Contudo, atualmente, cerca de 30% desta capacidade está inativa.

Para além destes fatores, a seguradora refere que as negociações entre o Irão e os Estados Unidos poderiam incluir o aumento da produção de petróleo iraniano em um milhão de barris diários, além de libertar os 200 milhões de barris que o Irão tem atualmente armazenados.

Com a reabertura da economia, que impulsionou o ânimo inicial dos consumidores para gastos elevou os preços da restauração, da hotelaria, do lazer e do turismo, a Crédito y Caución espera que se mantenham elevados apenas temporariamente.

Por fim, o sector manufatureiro, continua a enfrentar constrangimentos na cadeia de fornecimento. Os bens necessários no processo de produção ou os bens comercializáveis demoram mais em ser entregues e são mais caros, sublinha a seguradora que alerta para preocupações com a “segurança das entregas” que também terá provocado a mudança de fornecedores e o aumento dos custos.

“A um nível mais fundamental, também não há razões para temer uma inflação persistentemente mais alta. Embora a globalização tenha abrandado e com ela as oportunidades de redução nos custos, os fatores demográficos, em particular o envelhecimento, continuam a atuar, aumentando a poupança e exercendo pressão sobre a procura agregada e sobre os preços. Por último, apesar de alguns constrangimentos em setores que estão a reabrir, a próxima retirada das ajudas irá gerar uma oferta de mão de obra que pressionará a redução dos salários”, conclui a Crédito y Caución.

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