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Inflação nos EUA acima do esperado atira bolsas para o ‘vermelho’

Inflação anual nos Estados Unidos acelerou para 2,1% em janeiro, face aos 2% registados em dezembro. Em termos mensais, o índice de preços no consumidor subiu 0,5%, segundo dados divulgados esta quarta-feira pelo Labour Department.
14 Fevereiro 2018, 14h10

Tanto as bolsas europeias, como os futuros de Wall Street começaram a cair logo a seguir à divulgação de dados da inflação nos Estados Unidos, que mostram uma aceleração acima do esperado. O índice de preços no consumidor acelerou para 2,1% em janeiro, em comparação com os 2% em dezembro e os 1,9% estimados pelos analistas.

“A inflação foi divulgada às 13h30 e às 13h31 já o principal índice da bolsa de Frankfurt  passou dos 0,6% positivos para os 0,7% negativos”, explicou Paulo Rosa, economista do Banco Carregosa.

“Foi uma reação muito forte”, disse, acrescentando que os futuros de Wall Street também inverteram a tendência e começaram a cair. “A explicação é simples: quanto maior for a inflação, maior o espaço para a subida das taxas de juros e quanto mais altos estiverem os juros, mais as bolsas são penalizadas”.

Às 14 horas, o DAX alemão caia 0,16%, o Euro Stoxx 50 perdia 0,20%, o espanhol IBEX 35 recuava 0,05%. Em contraciclo, o português PSI 20 subia 0,20% e o francês CAC 40 avançava 0,09%.

Antes da abertura de Wall Street, os futuros do índice industrial Dow Jones caía 0,89%, o financeiro S&P 500 recuava 0,91% e o tecnológico Nasdaq perdia 0,94%.

O dólar começou a valorizar face à moeda única (0,33% para 0,812 euros) devido ao efeito de subida na remuneração na moeda norte-americana.

“Com a inflação a subir mais do que o estimado uma de duas coisas é quase certa relativamente às taxas de juro nos EUA: ou vão subir mais do que se esperava ou subirão mais cedo do que se estava à espera”, acrescentou Paulo Rosa.

Desde o início do ano que a inflação já tinha sido identificada pela maioria dos analistas como o indicador-chave a monitorizar em 2018, mas os eventos das últimas duas semanas vieram exacerbar a importância destes dados.

Os dias negros vividos pelos mercados globais na semana passada foram provocados por dados fortes do mercado do trabalho, especialmente no que refere à subida dos salários, e por um aumento das yields das obrigações soberanas. A conjugação dos dois fatores criaram receios que a Reserva Federal norte-americana (Fed) possa acelerar o aumento das taxas de juro, forçando um aumento do custo do financiamento das cotadas e oferecendo maior concorrência das obrigações (mais rentáveis) às ações.

O novo presidente da instituição, Jerome Powell, reafirmou esta terça-feira na cerimónia de tomada de posse, em Washington, que objetivo da Fed é levar e manter a inflação nos 2%, e quase toda a política monetária, incluindo o aumento de taxas é focada nessa meta.

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