Vivemos tempos de incerteza, ansiedade e em que pouco tempo temos para todas as tarefas que nos caíram na responsabilidade. É, sem dúvida, uma altura em que procuramos as ferramentas mais antigas que temos dentro de nós, para nos reinventarmos, para não nos entediarmos, para conseguirmos atingir todas as metas que nos colocaram em volta.

É em alturas como a que estamos a viver, que necessitamos de informação fidedigna, informação com valor e que faça com que as nossas estratégias partam de “bons portos”, para que dessa forma sejam alavancadas para posições de sucesso e caminhos de esperança. A documentação de patentes é, sem dúvida alguma, imprescindível numa numa fase como a que presenciamos e um excelente ponto de partida para uma série de possíveis cenários a perspetivar no seio das nossas empresas.

A informação que se retira de uma patente vai muito além da solução técnica que divulga. Uma publicação de um pedido de patente ou de uma patente contém informação valiosa em vários aspetos.

Um primeiro – e talvez aquele que é o mais conhecido neste tipo de direitos de propriedade intelectual –, é a solução técnica que esse documento divulga, a qual, se bem redigido, contém toda a matéria técnica necessária para que um perito nessa área a consiga reproduzir. Uma publicação de um pedido de patente tem um número que tipicamente termina na sua maioria com a letra “A”. Já o que fica protegido nessa patente deve ser extraído do documento de concessão, cujo número habitualmente termina com a letra “B”.

Tendo acesso a esta informação, podemos iniciar a nossa solução a partir desse ponto e não de um outro qualquer correndo o risco de já estar divulgado, protegido por terceiros, ou mesmo ultrapassado por outra solução melhor.

Outra informação essencial a retirar da documentação de patente inclui quem está a desenvolver o quê, uma vez que o documento de publicação inclui os requerentes/proprietários dessas patentes, assim como o conjunto de inventores que levou a cabo essas soluções.

Esta informação pode ter um impacto muito positivo no início de uma qualquer investigação, por exemplo a nível da contratação, pois podemos convidar para a nossa equipa pessoas que já estiveram envolvidas na área especifica que estamos a desenvolver, que têm o conhecimento de como desenvolver essas tecnologias e tenham já sido confrontados com o estado da técnica nesse campo técnico.

Uma vez que são divulgados os titulares destes direitos, podemos igualmente antever desenvolvimentos de parceiros e concorrentes. Investigando estes atores podemos perspetivar que parceiros comerciais trazer para a nossa estratégia, seja ao nível da produção, de distribuição ou mesmo de conhecimento ou investigação, caso não tenhamos essa capacidade.

Muitas soluções patenteadas são desenvolvidas em parcerias com entidades de ensino e/ou investigação. Podemos ainda antever qual a concorrência que vamos enfrentar e assim definir linhas de atuação para ultrapassar essas dificuldades, bem como nos protegermos dos mesmos, protegendo nós próprios as nossas soluções.

As entidades que gerem a informação de patentes são institutos oficiais de cada país ou conjunto de países. Assim, além de técnica focada na inovação tecnológica, a informação de patentes é também fidedigna.

Estes são exemplos dos dados que podemos extrair das patentes, dados confiáveis que geram informação valiosa para criar cenários e estratégias comerciais, e por isso essenciais para afastarmos um pouco a incerteza do momento que vivemos.