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“Inovação já não é a cereja, é o próprio bolo”

A Startup Lisboa foi uma das presenças no workshop “Inovar para Exportar”.
16 Dezembro 2016, 09h35

Miguel Fontes, diretor executivo, foi o representante da tecnológica portuguesa que, em declarações ao Jornal Económico, considerou a sua participação um “contributo para partilhar experiências das empresas, desafios que têm de ultrapassar e também mudar um pouco a forma ou o âmbito em que a questão da internacionalização hoje em dia é colocada em Portugal”.

Em seu entender, num mundo caracterizado por uma profunda transformação digital e cada vez mais invadido pelo fenómeno das startups, a inovação tornou-se “o motor de arranque indispensável” quando o objetivo é exportar. “A maior parte das startups quando são criadas, desde o momento zero, são pensadas enquanto empresas que têm o mundo como testemunho”, reforça. “É por isso que entendemos que a inovação é qualquer coisa de constitutivo. Não é por uma questão de marketing, de posicionamento, para dar um ar de modernidade”, conclui.

Assim, à luz da sua experiência, neste workshop, Miguel Fontes transmitiu três conceitos base em relação ao universo da inovação. Primeiro, considera que hoje a inovação já não é uma parte da empresa, “já não é a cereja em cima do bolo”, mas sim “o próprio bolo”, ou seja, o próprio modelo de negócio tem de ser inovador, justificando assim a sua própria existência. “A empresa que não perceba que a inovação tem que estar presente em tudo, está condenada ao insucesso”, remata.

Por outro lado, Miguel Fontes defende que, atualmente, particularmente no que diz respeito às tecnológicas, “não há razão nenhuma para que as empresas comecem como domésticas e depois se vão internacionalizar”. E justifica: “o que faz sentido na nossa perspetiva é que sejam pensadas desde a raiz, como empresas globais porque vão oferecer soluções e serviços que têm um mercado global à sua espera e é nesse mercado que se devem posicionar e competir”.

Por último, Miguel Fontes deixou uma nota sobre o empreendedorismo. Em sua opinião, neste universo “o parente pobre continua a ser a fragilidade do lado dos investidores, a falta de liquidez, e o número de players disponíveis, com capacidade de investir”. “A dificuldade em Portugal, para quem tem uma boa ideia, uma boa equipa e um bom projeto, é ver esse projeto financiado numa fase muito inicial”, conclui.

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