Segundo as estimativas do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), ao jornal “Expresso“, este sábado, desde o final de março, mês em que foi detetado o primeiro caso de covid-19 em Portugal, e até ao início desta semana, o país registou 3.148 mortes a mais do que seria esperado tendo em conta a média dos últimos 13 anos. Subtraindo os 1.743 óbitos provocados pelo novo coronavírus, sobram 1.405 mortes por explicar.
O estudo que analisa este excesso de mortalidade só estará concluído no próximo ano, mas segundo o INSA, houve três períodos com uma mortalidade acima do normal: 30 de março a 12 de abril; 25 a 31 de maio; e 6 de julho a 2 de agosto.
Em relação ao primeiro, o departamento de epidemiologia admite que “a pandemia tenha sido a causa mais provável”, podendo tratar-se, pelo menos em parte, de mortes por covid que não foram contabilizadas como tal. Relativamente aos outros dois períodos, tanto o INSA como a Direção-Geral da Saúde responsabilizam, sobretudo, o calor.
A explicação, no entanto, não convence muitos especialistas, que culpam a diminuição do acesso aos serviços de saúde que poderá ter negligenciado outras doenças, com consequências fatais.
Vários médicos contactados pelo jornal “Expresso” confirmam o agravamento da situação clínica dos doentes, depois de meses de afastamento das consultas e dos tratamentos. Às urgências têm chegado pessoas “com elevada carga de doença”, denunciam.
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