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Insignals Neurotech tem tecnologia de ponta para tratar doentes que sofrem com Parkinson

Empresa foi dada a conhecer esta terça-feira e vai capitalizar uma tecnologia que mede com mais precisão o pulso de um paciente que sofre de Parkison, permitindo fazer o implante dos elétrodos no cérebro do doente com mais rigor no âmbito dos tratamentos de estímulo cerebral. Além disso, poderá ter várias aplicações.
  • Universidade Porto
13 Fevereiro 2019, 07h28

Portugal tem uma nova empresa que quer comercializar uma tecnologia, desenvolvida pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), que pode revolucionar os tratamentos dos doentes que sofrem de Parkinson. A Insignals Neurotech desenvolveu uma forma para medir com mais rigor e precisão o pulso de um paciente que sofre de Parkison, permitindo colocar com mais rigor os elétrodos no cérebro do doente no âmbito dos tratamentos de estímulo cerebral.

Quando os fármacos que tratam a doença começam a perder eficácia, os pacientes são tratados com estímulos cerebrais, através de elétrodos que têm de ser colocados, através de um implante, com precisão no cérebro. Para tal, era necessário um parecer de dois médicos que, após a análise do pulso do paciente, indicavam onde é que os elétrodos deveriam ser colocados.

É um processo com falhas, desde logo porque assenta na percepção dos médicos, que medem manualmente o pulso dos pacientes, que indica onde realizar o implante dos elétrodos no cérebro. Mas, com esta tecnologia com selo português, “a avaliação é feita com uma medida quantitativa”, explicou Rui Andrês, portefolio manager da Fontier IP, uma empresa sediada em Cambridge, no Reino Unido, especialista em comercializar soluções de propriedade intelectual, que detém um terço da Insignals Neurotech, e que é cotada na bolsa de Londres.

Apesar da primeira aplicação desta tecnologia se inserir no âmbito dos tratamentos de estímulo cerebral dos pacientes com Parkinson, esta tecnologia tem outras aplicações. “As empresas farmacêuticas poderão monitorizar o impacto de novos medicamentos na redução da rigidez durante os testes clínicos”, lê-se no comunicado da Frontier IP, divulgado esta terça-feira. “E também em tratamentos para doentes que sofrem de epilepsia”, assinalou Andrês.

A Insignals Neurotech foi dada a conhecer esta terça-feira e tem uma estrutura acionista tripartida entre o INESC TEC, o professor e investigador da Universidade do Porto João Paulo Cunha, e a Frontier IP. Trata-se da terceira empresa co-fundada pela Frontier IP em Portugal. “No futuro, poderão haver outras oportunidades”, salientou Rui Andrês.

A Frontier IP aborda falhas de mercado que surgem entre as universidades e a indústria. “Em Portugal, o governo gasta 1,2 mil milhões de euros por ano em investigação nas universidades, mas é um investimento em vão”, explicou Rui Andrês. Mas o fenómeno “é transversal a toda a Europa continental”, assegurou.

Segundo os dados da Frontier IP, a indústria dos medicamentos tem um potencial financeiro de grande dimensão. O mercado dos medicamentos para tratar Parkinson, por exemplo, ascendia a 4,1 mil milhões de euros em 2017. Por sua vez, os medicamentos para tratar a epilepsia tinham um valor de mercado na ordem dos 4,3 mil milhões de dólares em 2016.

Notícia atualizada às 10h16

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