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Inspiring apresenta Portugal em 80 colégios do Brasil

Roadshow de dois meses da Inspiring Future por colégios brasileiros leva a bandeira do país e das suas instituições do ensino superior. O Educação Internacional vai na bagagem.
20 Julho 2019, 16h00

Tem seis anos de vida mas já está a projetar-se fora de portas. Em agosto será dado o primeiro passo nesse sentido. Destino: Brasil. “Na Inspiring Future, começamos agora a focar-nos num novo segmento: os alunos internacionais”, revela Eduardo Filho, cofundador e presidente desta associação juvenil ao Educação Internacional.

O primeiro roadshow vai durar dois meses, durante os quais a Inspiring Future dá a conhecer as virtualidades de Portugal e do sistema de ensino superior do país junto de 80 colégios em oito estados brasileiros. Na bagagem vai o Educação Internacional (EI), graças a uma parceria estabelecida entre a Inspiring Future e o EI.

Neste seu novo passo estratégico, a associação quer fazer a ponte entre jovens brasileiros que querem vir estudar para Portugal e instituições do ensino superior portuguesas interessadas em captar alunos no Brasil. “Queremos atingir novos públicos e contribuir para equilibrar o sistema de ensino português, que está a perder alunos e vai continuar a perdê-los por questões demográficas”, justifica Eduardo, adiantando já ter fechado parcerias com a Universidade de Lisboa e algumas privadas.

A internacionalização é um dos grandes desafios que se colocam às das instituições do ensino superior (IES) portuguesas, que têm de responder a uma dupla dinâmica: os desafios internos decorrentes da demografia e a própria dinâmica do mercado de trabalho, que exige cada vez mais talento especializado em áreas onde o país ainda não forma em número suficiente para as necessidades. “Acreditamos encontrar pessoas com perspetivas interessantes, focadas, capazes de responder às carências do país, nomeadamente fixando-se, e ajudando Portugal a enfrentar os desafios que o futuro irá colocar a esse nível”, justifica Eduardo Filho.

Uma história de empreendedorismo
Eduardo Filho trabalhava num dos vários gabinetes de acesso ao Ensino Superior da Direção Geral de Ensino Superior geridos pelas IES quando se deu conta que a impreparação era grande. E não se fazia sentir apenas ao nível do preenchimento da candidatura. “Apareciam alunos à minha frente que escolhiam os cursos com base em critérios que nem eles próprios percebiam bem o que eram. Analisando os dados a posteriori dá para perceber a brutal taxa de desistências que temos no ensino superior”.

Com base na necessidade assim identificada, em 2013, Eduardo Filho, formado em Arquitetura e Gestão Eduardo, e Filipa Cunha, licenciada em Psicologia, lançaram a Inspiring Future. O projeto arrancou em janeiro de 2014 em Lisboa. No primeiro ano correu 50 escolas, desde então cresceu em média 50% ao ano em número de alunos e de escolas.

Ao longo destas seis edições, a Inspiring Future tem vindo a implementar um processo de orientação profissional com uma metodologia assente em workshops e sessões em sala de aula. A informação e formação concentradas “vão ajudar o jovem a uma tomada de decisão mais esclarecida e à escolha de um caminho a seguir após o secundário”.

A Inspiring Future desloca-se a cada escola acompanhada de representantes de várias instituições do ensino superior – normalmente equipas com cerca de 50 pessoas. Durante uma manhã, a atividade letiva pára para os alunos do 12.º ano receberem informação sobre o ensino superior e as suas instituições. “É um projeto roadshow permanente com, pelo menos, duas ou três equipas por dia numa escola secundária diferente a trabalhar com todos os alunos do 12º ano dessa escola”, explica Eduardo.

Em 2018, a equipa visitou as 263 maiores escolas do país, de norte a sul, incluindo as regiões autónomas, isto é, perto de um terço dos cerca de 600 estabelecimentos secundários existentes. Um número que, na prática, corresponde a 75% dos jovens que em cada ano concluem o 12.º ano. “Só neste último ano letivo, tivemos 56 mil jovens sentados connosco em auditório”, contabiliza Eduardo. Nos seis anos de atividade, são mais de 270 mil.

Este ano, o concurso nacional de acesso ao ensino superior arranca a 17 de julho. Esse dia representa, por assim dizer, o culminar de todo o trabalho feito pela Inspiring Future ao longo do ano letivo. “Se conseguirmos que os alunos façam boas candidaturas, o nosso trabalho terá sido coroado de êxito. É isso que esperamos, é para isso que trabalhamos”.

Gestão de carreira é o passo futuro
Além da entrada no segmento dos estudantes internacionais, a Inspiring Future prepara-se para dar um outro passo estratégico: desenvolver projetos de gestão de carreira nas escolas secundárias. “Os serviços de Psicologia e Orientação das escolas estão focados na orientação para o nono ano. A nível do secundário, e em termos de orientação, os jovens estão muito desprotegidos, não têm apoio. Há aqui uma área com muito potencial para ser trabalhada”, explica Eduardo Filho.

Revela ainda que a associação está a tentar implementar um plano de formação no secundário em conjunto com as câmaras municipais. Em que consiste? E como vai funcionar? “É necessário desafiarmos os jovens a centrarem em si o processo de definição de carreira e de desenvolvimento pessoal e profissional. Para isso construímos uma metodologia que apoia essa reflexão ao longo das várias fases de vida dos mesmos”. E desenvolve: “No fundo, trata-se de um plano de formação que será implementado ao longo dos vários anos do ensino secundário, a ser realizado nas próprias escolas e em colaboração com o serviço de psicologia e orientação.” E revela que a metodologia já está a ser testada em alguns municípios piloto, embora careça do apoio de mais câmaras municipais para poder ganhar escala.

A Inspiring Future conta com uma equipa de 14 pessoas e um orçamento superior a 300 mil euros, patrocinado na maior parte dos casos por grandes empresas ou marcas, com destaque para a YORN da Vodafone, a elétrica EDP e a BMW. Além disso, tem ainda o apoio de mais de 100 instituições do ensino superior parceiras, das quais 11 são estrangeiras.

Este projeto foi ainda um dos primeiros a ser apoiado financeiramente pelo programa Portugal Inovação Social, através de verbas do Portugal 2020. “Para estas entidades não somos um patrocínio, ou um investimento de marca, somos um investimento com impacto na sociedade, que lhes vai trazer retorno na medida em que estamos a ajudar a formar jovens que um dia serão melhores profissionais e pessoas mais satisfeitas com o seu trabalho”.

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