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Interesse crescente da China em cruzeiros ameaça meio ambiente

Com o desenvolvimento do turismo na China, admite-se a existência de “um crescente entusiasmo e apetite” por cruzeiros, com grande destaque para “idosos, famílias e recém-casados em lua de mel”, garantiu Wang Mi, porta-voz de uma agência de viagens chinesa.
13 Julho 2019, 14h45

Os cruzeiros estão a desfrutar da sua idade de ouro devido ao entusiasmo por parte dos turistas chineses. No entanto, a nova geração destes gigantes dos mares pode ter um custo bastante elevado para o meio ambiente, avança a France Press esta sexta-feira, 12 de julho.

Os navios de cruzeiros modernos podem ser grandes cidades flutuantes que transportam milhares de passageiros, mas é também um dos meios de transportes mais poluente dos tempos modernos. Muitos dos novos navios em construção são para o mercado chinês, que se encontra a crescer, posicionando-se apenas atrás do Estados Unidos.

“O mercado asiático é muito importante para os cruzeiros”, uma vez que a procura está em crescimento em toda a Ásia, afirmou Gavin Smith, vice-presidente do grupi Royal Caribbean. Com o desenvolvimento do turismo na China, admite-se a existência de “um crescente entusiasmo e apetite” por cruzeiros, com grande destaque para “idosos, famílias e recém-casados em lua de mel”, garantiu Wang Mi, porta-voz de uma agência de viagens chinesa.

A Associação Internacional de Linhas de Cruzeiros, que inclui 62 empresas do setor, assume que perto de 30 milhões de turistas asiáticos irão ingressar num navio cruzeiro este ano, representando um aumento de 70% face a 2009.

Embora o mercado norte-americano se situe em primeiro lugar, o mercado chinês está a tentar superá-lo. Só no ano passado, 2,4 milhões de chineses foram seduzidos pelos cruzeiros, o triplo do que se registou em 2014.

No entanto, um dos problemas que está a levantar é a poluição que estes navios trazem para o meio ambiente. “A indústria de cruzeiros causa uma variedade de impactos – poluição do ar, descarga de efluentes, combustíveis libertados no mar, resíduos alimentares e plásticos”, sublinhou Marcie Keever, responsável pela organização norte-americana ‘Amigos da Terra’.

As emissões de enxofre são uma das principais fontes de preocupação desta organização, sendo prejudiciais à saúde e perigosas para a viabilidade das espécies marinhas.

Em 2017, 47 navios do grupo norte-americano Carnival libertaram cerca de 10 vezes mais óxido de enxofre na costa da Europa do que os 260 milhões de carros que circularam nos países europeus, indica um estudo da ONG Transportes e Ambiente, divulgado no mês passado.

No entanto, estão a ser realizados esforços para reduzir a participação do enxofre nos combustíveis navais, para não superarem os 0,5% a partir do próximo ano, em comparação aos 3,5% que são libertados atualmente.

As grandes empresas deste setor admitem que estão a fazer esforços para reduzir a poluição.”Os navios cruzeiro estão mais limpos do que nunca e a melhorar a cada geração” , disse Nick Rose, gerente de assuntos ambientais da Royal Caribbean. Este operador de cruzeiros colocou em prática um sistema de filtragem de emissões mais poluentes, incluindo o óxido de enxofre.

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