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Internacionais crescem em todos os níveis do superior

Os alunos estrangeiros representam uma grande fatia dos jovens que estudam nas nossas universidade e politécnicos. Há cursos onde já ultrapassam em largo número os portugueses.
15 Julho 2019, 07h38

Há cada vez mais estrangeiros a estudar em Portugal. Analisando os números da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência concluímos que os alunos vindos de fora aumentaram em todos os níveis de estudo: licenciaturas, mestrados integrados, mestrados do 2.º ciclo e até CTeSP. Mas onde se verifica maior crescimento é nos mestrados do 2.º ciclo, i.e. não integrados numa licenciatura.

Nos últimos cinco anos letivos verificou-se um crescimento de 10 pontos percentuais na captação de alunos internacionais neste nível de estudo. Em 2017/18, os alunos internacionais já representavam 23% do total de matriculados em mestrados de 2.º ciclo, contra 13,2% em 2013/14. Há casos, como o mestrado de 2.º ciclo em Sistemas Marinhos e Costeiros da Universidade do Algarve, em que, no ano passado, os alunos internacionais eclipsaram por completo a prata da casa: 26 matriculados contra quatro. O mesmo aconteceu no mestrado em Gestão, nesta mesma casa, onde 23 dos 25 alunos eram não nacionais.

Nas licenciaturas de 1.º ciclo, os estudantes internacionais representavam no ano letivo 2017/18 10,8% do total, enquanto o peso nos mestrados integrados era de 8,2%. E até nos cursos de Técnico Superior Profissional (CTeSP), criados na atual configuração há apenas três anos letivos, a fatia tem vindo a crescer, representando naquele ano letivo 5,4% dos matriculados.

A internacionalização é um dos grandes desafios que se colocam às instituições do ensino superior portuguesas, que têm de responder a uma dupla dinâmica: os desafios internos resultantes da perda de alunos nacionais, em virtude do decréscimo da natalidade, e a necessidade de continuar a captar receitas, considerando o atual figurino de financiamento do ensino superior, onde as propinas ocupam uma fatia fundamental.

Se um aluno português tem um teto de 856 euros anuais de propina já no ano letivo que arranca em setembro, um aluno de licenciatura estrangeiro na Universidade de Lisboa ou do Porto paga pelo menos, três mil a três mil e quinhentos euros/ano – dependendo da faculdade e do curso.
A edição de 2019 do portal Infocursos, que abarca a informação da Direção Geral do Ensino Superior, disponibiliza dados sobre 4.100 cursos ministrados em 116 instituições de ensino superior, bem como informação sobre os alunos internacionais a estudar em Portugal.

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