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ISCTE promove um mês sobre a internacionalização da economia portuguesa

Em Portugal, o cenário atual é este: não é por serem empresas pequenas que não são competitivas no mercado global. São cada vez mais tecnológicas e estão a conquistar novos mercados.
30 Outubro 2017, 06h30

Para analisar e debater a internacionalização da economia portuguesa, o ISCTE tem em curso, durante todo o mês de outubro, um ciclo de conferências, exposições, tendo ainda sido palco do lançamento do livro: “A Internacionalização da Economia Portuguesa – Casos de Sucesso Empresarial”. Coordenado por dois docentes do ISCTE, Nuno Crespo e Maria João Tomás, e com participação de vários investigadores, o livro analisa a posição de Portugal no contexto internacional, as questões que se colocam à internacionalização das empresas e casos de sucessos em tempos de crise.

Desde logo, Nuno Crespo, que para além de coordenador do livro é vice-reitor do ISCTE deixa claro que “há alguns mitos que são contrariados pela realidade”.

Ao Jornal Económico explica que esta obra nasceu da ideia que existe uma face menos falada mas não menos importante da internacionalização que é o sucesso no processo. “São empresas – e não apenas grandes empresas – que têm capacidade para se afirmarem nos mercados internacionais. Quisemos retratar casos de sucesso empresarial no domínio da internacionalização. E quisemos ainda que esse relato envolvesse empresas de dimensões diferenciadas, com experiências para mercados com caraterísticas muitos diferentes”, afirma Nuno Crespo.

Sobre a seleção de empresas, o professor esclarece ainda que obedeceu aos princípios de diversidade, mas também ao interesse de cada um dos casos e aos ensinamentos que essas experiências podem deixar para outras empresas que estejam a encetar o seu processo de internacionalização.

Questionado sobre as conclusões alcançadas neste trabalho, o autor destaca “o quebrar de alguns mitos” quanto ao processo de internacionalização. Em seu entender, é incontornável que as PME também podem ser competitivas no mercado internacional fortemente concorrencial. Em segundo lugar, o sucesso português neste domínio não é apenas centrado nos setores mais tradicionais, que habitualmente associamos à internacionalização portuguesa, “é mais amplo”, assegura. E por último, ressalva que os mercados recetores incluem, com importância crescente, “novas paragens”, como o Médio Oriente, à América Latina e Central.

Em jeito de balanço, Nuno Crespo mostra-se convicto de que a internacionalização é cada vez mais não só uma oportunidade mas um imperativo de desenvolvimento e, nalguns casos, de sobrevivência. “Nomeadamente em países como Portugal, com mercados internos limitados e com períodos macroeconómicos conturbados como vivemos em anos recentes, o virar para os mercados externos e fazer dessa possibilidade uma válvula de escape para oportunidades mais limitadas a nível interno era muitas vezes a única via aberta e disponível”, reforça.

Quanto a fórmulas para o sucesso, garante não existir “uma receita única”, mas “certamente a leitura atenta das caraterísticas dos mercados de destino, do ambiente económico, social, político e cultural desses destinos ajuda a ditar o insucesso ou insucesso, por vezes muito além das meras condições intrínsecas das empresas”, conclui.

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