[weglot_switcher]

Investidores fogem do risco e Wall Street tomba

Esta semana que hoje se inicia será importante para aferir qual o sentimento que irá predominar este mês, nomeadamente se as correcções se irão agravar.
5 Agosto 2019, 08h13

Que dizer da semana passada que acabou por registar a pior performance do ano para os Bulls de Wall Street, para além do facto de não ter sido monótona, de ter tido variações muito interessantes e um volume bem acima da média. Bom, desde logo com perdas que oscilaram entre os 3,1% no S&P500 e no Nasdaq, e os 2,6% no Dow Jones, foi com naturalidade que os activos refúgio tivessem sido bastante procurados, algo para o qual já tinha alertado na última análise, tanto no mercado accionista, com as utilities e imobiliárias a serem as que mais beneficiaram da preferência da procura por segurança, mas outros activos também estiveram sobre pressão significativa considerável, devido à fuga ao risco, despoletada pela decisão de Trump em impor tarifas alfandegárias a cerca de $300 biliões de produtos importados da China.

No mercado cambial e depois da maior subida em dois anos contra o U.S dólar, o Yen voltou à carga e amealhou mais 0,73% para os 106.47 face à moeda norte-americana, atingindo o valor mais elevado em quase ano e meio, enquanto que a Libra inglesa recuperou das perdas de quinta-feira, após a maioria do partido de Boris Jonhson na câmara dos comuns ter encurtado para apenas um deputado, reduzindo assim a probabilidade do actual primeiro ministro do Reino Unido em conseguir cumprir com a promessa de efectivar o Brexit até dia 31 de Outubro. Mas o movimento de procura por activos refúgio foi mais abrangente, aproveitando também a probabilidade do BCE cortar nos juros e do FED ser mesmo obrigado a reduzir em Setembro, é de realçar que na sexta-feira todas as maturidades da dívida soberana alemã atingiram yields negativas, até mesmo as de 30 anos, o que ocorre pela primeira vez, ou seja os investidores preferem perder dinheiro para salvaguardar quanto possível o seu capital, com os juros negativos nas obrigações a dez anos a chegarem aos -0.5%, igualmente um recorde.

Já nas matérias-primas o Ouro acabou a corrigir, mas muito ligeiramente, da valorização da sessão anterior, enquanto que o WTI crude aliviou 2,5% para os $55.29 por barril, da perda de quase 8% que averbou com receios de que as novas tarifas impostas por Trump irão restringir a economia e o comércio global, reduzindo assim a procura pelo activo.

Esta semana que hoje se inicia será importante para aferir qual o sentimento que irá predominar este mês, nomeadamente se as correcções se irão agravar, agora que os índices norte-americanos caíram abaixo da média móvel dos 50 dias, isto para além de potenciais eventos disruptivos como tweets de Trump, ou as medidas de retaliação que a China indiciou que irá implementar, caso as novas tarifas venham mesmo a ver a luz do dia no dia 1 de Setembro.

O gráfico de hoje é do Ouro, o time-frame é Diário

O preço do ouro testou a linha de quebra do canal a laranja, pelo que os próximos dias poderão resultaram numa quebra dos máximos recentes, o que a não acontecer será um indicador bearish, indiciando que a mesma linha de quebra poderá ser testada de novo.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.