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Investidores mostram “forte interesse” por dívida emitida pelo Banco Mundial através de blockchain

Esta será a primeira emissão no mundo de Obrigações criadas, locadas, transferidas e geridas através da tecnologia. Os títulos serão chamados bond-i (blockchain operated new debt instrument) e serão lançados após um período de consultas com investidores.
14 Agosto 2018, 07h30

O Banco Mundial está a planear a primeira emissão de dívida através da tecnologia blockchain, que ficou conhecida por estar na base das criptomoedas. A instituição mandatou o banco central da Austrália para realizar a colocação e afirmou ter observado “um interesse forte indicativo dos investidores”.

Esta será a primeira emissão no mundo de Obrigações criadas, locadas, transferidas e geridas através da tecnologia. Os títulos serão chamados bond-i (blockchain operated new debt instrument) e serão lançados após um período de consultas com investidores.

“Desde a nossa primeira transação de Obrigações em 1947, a inovação e a satisfação dos investidores têm sido marcas importantes do nosso sucesso, alavancando os mercados de capital para o desenvolvimento. Hoje, acreditamos que as tecnologias emergentes oferecem igualmente possibilidades transformadoras, mas prudentes, para continuarmos a inovar, a responder às necessidades dos investidores e a fortalecer os mercados”, afirmou Arunma Oteh, Tesoureira do Banco Mundial, em comunicado.

“Estamos, portanto, muito satisfeitos por, depois de trabalharmos com os nossos colegas de tecnologia da informação e o Commonwealth Bank da Austrália ao longo de vários meses, estarmos agora em posição de lançar nossa primeira transação de blockchain bonds. O compromisso da CBA e a riqueza da experiência da Microsoft foram fundamentais para alcançar este marco histórico”, acrescentou.

Segundo o Banco Mundial, a blockchain tem o potencial de simplificar processos entre inúmeros intermediários e agentes do mercado de dívida. Pode ajudar a simplificar o aumento de capital e negociar títulos, melhorar a eficiência operacional e a supervisão regulatória.

A instituição emite entre 50 e 60 mil milhões de dólares por ano em obrigações para o desenvolvimento sustentável e trabalha há 70 anos na inovação do mercado de capitais. Outras emissões pioneiras incluem o primeiro título global em setembro de 1989 ou o primeiro e-bond em janeiro de 2000. O banco central da Austrália é um emissor frequente e foi responsável pela colocação, desde 1986, de quase 60 mil milhões de dólares globalmente.

“Sabemos que o blockchain tem o potencial de revolucionar os serviços financeiros e os mercados, e esta transação é um passo significativo em direção a esse futuro”, afirmou Sophie Gilder, head of blockchain do Innovation Labs do CBA. “Ao trabalhar em colaboração com o Banco Mundial, pudemos encontrar soluções para considerações técnicas e jurídicas para tornar essa transação inovadora uma realidade”.

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