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Investimento em startups portuguesas de Inteligência Artificial foi de apenas 3 milhões de euros na última década

A conclusão é do estudo “Inteligência Artificial na Europa”, elaborado pela Ernst & Young (EY) para a Microsoft, que revela que uma grande parte desse montante foi investido nas portuguesas Bambu – que opera com machine learning – e Perceive 3D – cujo trabalho é em computer vision.
10 Outubro 2018, 07h25

As startups portuguesas que trabalham com Inteligência Artificial (IA) foram das que menos investimento tiveram nos últimos dez anos, quando comparadas com as de outros 15 mercados europeus, totalizando apenas 3,3 milhões de dólares (cerca de 2,9 milhões de euros) em seis transações realizadas entre 2008 e 2018.

A conclusão é do estudo “Inteligência Artificial na Europa”, elaborado pela Ernst & Young (EY) para a Microsoft, que revela que uma grande parte desse montante foi investido nas portuguesas Bambu – que opera com machine learning – e Perceive 3D – cujo trabalho é em computer vision.

Segundo a investigação da EY e da Microsoft, tem havido uma tendência de crescimento consistente nas transações de IA (1.334) na Europa na última década, com um montante aglomerado de 10,5 mil milhões de dólares (aproximadamente 9 mil milhões de euros) e um aumento de seis vezes na atividade nos últimos cinco anos. Contudo, os investidores em private equity e venture capital ainda são notoriamente mais ativos do que empresas, representando 75% do volume de negócios desse período.

De acordo com o documento apresentado pela consultora e pela tecnológica, esta tendência deverá continuar à medida que sobe o interesse nestas ferramentas para criar «máquinas-humanas», levando as grandes empresas a investir em IA ou a comprar esse know-how a startups inovadoras nesta área. A previsão está em linha com o facto de 82% das empresas nacionais preverem a entrada em fase piloto ou o lançamento de iniciativas de IA na sua dinâmica de trabalho – apesar de menos de metade (45%) ainda não ter começado qualquer piloto de IA.

A análise concluiu ainda que Portugal é o país europeu onde a liderança em IA tem a pontuação mais elevada (média de 4.6), quando comparado com o agregado dos restantes respondentes do ‘Velho Continente’. Ou seja, os empresários portugueses mostraram elevada capacidade de liderar uma transformação de IA de cima para baixo na hierarquia da sua instituição, através de uma visão articulada, com metas estabelecidas e uma ampla adesão ao processo por parte de toda a equipa.

Ainda assim, a maioria das organizações (55%) mostrou-se preocupada com questões regulatórias e assinalou a importância de haver orientações concisas e regulamentos sobre esta matéria. Da lista de principais e potenciais riscos da IA para o seu negócio constaram ainda o impacto no pessoal e o overload de informação/dados, conforme assinala o estudo (desenvolvido após a recolha de respostas a questionários e entrevistas a cerca de 300 inquiridos de setores transversais – farmacêutico, telecomunicações, retalho, financeiro, etc.).

As 22 empresas portuguesas que participaram no estudo foram: CEiiA, Crédito Agrícola, EDP – Energias de Portugal, Galp Energia, Grupo Ascendum, Grupo Nabeiro – Delta Cafés, Grupo Pestana, Grupo Visabeira, Liga Portuguesa de Futebol, Lusíadas Saúde, Luz Saúde, Mota-Engil, Novabase, Ramada Investimentos, Sakthi Portugal, Salsa, Sonae, Sonae Arauco, The Navigator Company e WIT Software.

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