[weglot_switcher]

iPhone torna-se a tábua de salvação das gigantes tecnológicas

Ações da dona do iPhone superaram, esta quarta-feira pela primeira vez, a marca dos 200 dólares, aproximando ainda mais a empresa de uma capitalização bolsista de um bilião de dólares.
2 Agosto 2018, 07h37

As cinco maiores empresas tecnológicas do mundo apresentaram resultados trimestrais, que levaram a reações mistas por parte dos investidores. No grupo das FAANG, os tombos da Facebook e Netflix ofuscaram os ganhos da Amazon e Alphabet, levando ao prenúncio do fim do rally tecnológico. A Apple acabou, esta quarta-feira, por se tornar a tábua de salvação das ações do setor.

As ações da dona do iPhone superaram, esta quarta-feira pela primeira vez, a marca dos 200 dólares, aproximando ainda mais a empresa de uma capitalização bolsista de um bilião de dólares.

A razão para o impulso foi a apresentação de resultados trimestrais, na noite anterior. A Apple obteve uma receita recorde de 53,3 mil milhões de dólares no terceiro trimestre fiscal que terminou a 30 de junho. Comparativamente com o mesmo período de 2017, o lucro líquido da tecnológica cresceu 32% para 11,5 mil milhões de dólares de abril a junho.

Os resultados acabaram por superar a previsão dos analistas que previam um lucro líquido de 2,16 dólares por ação entre abril e junho. Os títulos fecharam a sessão a ganhar 5,89% para 201,50 dólares.

“Estamos felizes em relatar o melhor trimestre da Apple e nosso quarto trimestre consecutivo de crescimento de receita de dois dígitos”, realçou Tim Cook, CEO da gigante tecnológica. Segundo o executivo, “a receita foi resultado das fortes vendas do iPhone, serviços e Wearables (como os Apple Watches)”.

Lucros das FAANG têm reações opostas

O índice tecnológico Nasdaq fechou esta quarta-feira com um ganho de 0,46% para 7.707,29, acumulando duas sessões no ‘verde’ graças à Apple e recuperando das sessões negativas anteriores. A época de resultados tinha começado bem para as gigantes tecnológicas, mas passou por momentos difíceis.

Na semana passada, a Amazon reportou um aumento de 39% das receitas, para 52,89 mil milhões de dólares. O valor ficou ligeiramente abaixo da expetativa, mas foi compensado pelo lucro por ação de 5,07 dólares, mais do dobro do esperado pelos analistas. As ações subiram 4% na negociação após o fecho do mercado.

Esta segunda-feira foi a vez da Alphabet – empresa mãe da Google -, que reportou lucros de 3,2 mil milhões de dólares, menos de metade da média das estimativas dos analistas. Ainda assim, as ações da tecnológica subiram 5% na negociação pós-fecho do mercado e mais 3,9% no dia seguinte com os investidores a focarem-se na subida dos lucros ajustados e das receitas, bem como na redução dos custos operacionais.

A Facebook acabou por ser o maior problema, apesar de os lucros terem subido 31% para 5,1 mil milhões de dólares. A empresa de Mark Zuckerberg teve o pior dia de sempre na passada sexta-feira, tendo tombado 20% e perdido cerca de 120 mil milhões de dólares em capitalização, após projeções de aumento dos custos com proteção de privacidade.

De igual forma, a Netflix também decepcionou Wall Street. A empresa registou resultados no segundo trimestre abaixo das expectativas dos analistas e o número de novos assinantes caiu pela primeira vez em cinco trimestres. As ações caíram mais de 5%.

“A Apple foi uma boa forma de acabar a época de lucros da tecnologia, pois foi a última grande empresa do setor a obter resultados, e os investidores viram-no como algo positivo”, afirmou Daniel Morgan, gestor de portefólio da Synovus Trust, à agência Reuters.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.