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Irão obrigado a manter a atividade económica apesar da pandemia

Devemos “continuar as atividades económicas, sociais e culturais, respeitando os protocolos de saúde”, afirmou o presidente do país, durante uma reunião por teleconferência do comité para combater o vírus no país.
11 Julho 2020, 13h46

O Irão tem de continuar a manter a sua economia ativa, apesar dos desafios impostos pela pandemia de covid-19, defendeu hoje o Presidente iraniano Hassan Rohani.

Devemos “continuar as atividades económicas, sociais e culturais, respeitando os protocolos de saúde”, disse Rohani, durante uma reunião por teleconferência do comité para combater o vírus no país.

“A solução mais simples é declarar que todas as atividades estão encerradas e no dia seguinte as pessoas vão protestar contra o caos, a fome, as dificuldades e as pressões”, disse o Presidente iraniano, cujo Governo foi criticado pela gestão que fez da crise da saúde.

As declarações de Hassan Rohani surgem numa altura em que o Irão, o país mais afetado do Próximo e Médio Oriente, registou um recorde de mortalidade na quinta-feira, com 221 mortos em 24 horas.

A República Islâmica registou já, segundo os dados oficiais, mais de 12.000 mortes num total de mais de 252.000 casos de covid-19, desde que surgiram os primeiros casos em fevereiro naquele território.

Para combater a propagação da epidemia, as autoridades iranianas cancelaram todos os festejos e fecharam escolas e empresas não essenciais em março, antes de levantar, de forma gradual, as restrições a partir de abril para tentar dinamizar a economia do país, sufocada pelas sanções americanas.

“A televisão pública, media, artistas, intelectuais, professores, todos devem agir para convencer a população (…) de que não temos outra escolha”, disse Rohani.

“Não é possível fechar negócios e atividades económicas a longo prazo”, acrescentou, sublinhando que “o povo não vai aceitar”.

A economia iraniana enfrenta uma grande recessão desde 2018, após a retirada unilateral de Washington em maio, do acordo nuclear iraniano e da nova imposição de sanções dos EUA contra Teerão.

O ministro da Saúde, Said Namaki, alertou, na quarta-feira, para “a revolta popular causada pela pobreza e fome”, afirmando que o seu ministério obteve apenas 30% da verba aprovada para o combate à propagação do vírus.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o Produto Interno Bruto do Irão deverá contrair 6% em 2020, depois de ter caído 7,6% em 2019.

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