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ISEG dá ferramentas de gestão para negócios de luxo

Universidade tem uma “coqueluche” que dá ferramentas de gestão para alavancar o país enquanto destino de luxo. A 6ª edição do Luxury Brand Management Executive Course arranca no fim de março.
24 Fevereiro 2017, 11h19

Filipa Neto, a sub-30 que está a dar cartas em Londres no mundo do luxo, vem ao ISEG, a 31 de março, partilhar o génio da sua criação: Chic By Choice, a plataforma de aluguer de vestidos de luxo com distribuição online, cujo registo encaixa no novo conceito da economia da partilha e está a revolucionar os modelos de negócio no mundo.

A empreendedora é uma das novidades da 6.ª edição do Luxury Brand Management, um programa único em Portugal, ministrado no ISEG, que dá ferramentas para gerir negócios de luxo (e não só), qualquer que seja o setor onde estejam. “Damos os instrumentos que permitem olhar para o luxo como um setor muito especial, mas que tem de ser tratado numa ótica de negócio, ou seja, com as caraterísticas que o negócio do luxo implica”, diz Helena Amaral Neto, coordenadora do programa, ao Jornal Económico.

As caraterísticas de base do luxo – qualidade irrepreensível, exclusividade, grau de sofisticação e componente quase artesanal dos produtos –, a par do equilíbrio muito delicado que é preciso ter entre a forma e o tratamento do cliente de luxo, e as exigências do próprio negócio, são as questões abordadas no programa. “São esses os temas que pretendemos passar enquanto ferramentas para os profissionais que trabalham este setor e trabalham com este consumidor”, acrescenta. Isso é feito através de um formato que tem vindo a ser afinado por Helena Amaral Neto ao longo dos anos.

Inscrições em curso
Carlos Ferreirinha, antigo CEO da Louis Vuitton no Brasil e responsável pelo desenvolvimento do negócio da marca LVMH na América Latina, é um dos luxos do programa. “Não há melhor”, exclama Helena Amaral Neto, justificando: “Carlos Ferreirinha junta duas caraterísticas que são muito difíceis de encontrar em conjunto: um conhecimento intrínseco do setor do luxo, que lhe é dado pela sua experiência de gestor e consultor, e uma capacidade de transmissão de conhecimentos que é ímpar”.
A 6.ª edição do curso realiza-se dias 30 e 31 de março, 1 e 3 abril deste ano. As inscrições já decorrem e há um preço especial (1.650 euros) para quem se inscrever até ao primeiro dia de março.

Com uma abordagem essencialmente prática, com recurso a case studies para ilustrar as opções estratégicas das marcas de luxo, o curso inclui também dois fatores distintivos: a experiência do luxo, através do Luxury Day; e um serviço de consultoria personalizada para o seu negócio – o Consulting Day. No Luxury Day, por exemplo, o formando veste a pele de cliente de luxo, experienciando todas as sensações a que este está habituado. O parceiro desta rubrica é a Maserati… e mais não se conta. O mesmo se aplica ao fashion partner: a Storytailors, empresa que conta histórias através do vestuário… De resto, a edição deste ano está cheia de surpresas.

De Londres também virá um estratego da agência de meios especializada em luxo: Havas Lux Hub.
Associado a diamantes, peças de vestuário, sapatos, carteiras, relógios, automóveis, o luxo pontifica em tudo isso e muito mais. “O luxo é transversal a vários setores e várias indústrias. Podemos falar do luxo mais óbvio, que é o que vemos na Avenida da Liberdade, onde há cerca de 80 marcas internacionais de moda, acessórios e calçado, mas temos também de falar do imobiliário, a maior área em Portugal dentro do luxo e do turismo, que engloba não só a componente de hotelaria como os serviços associados, como a restauração”. É justamente nesta emblemática rua da capital que está localizado outro parceiro do curso: o Hotel Valverde. Pequeno, discreto, uma pérola da hotelaria e da restauração. Chiu!

Embora não seja possível contabilizar o peso do luxo na economia portuguesa, pois a dificuldade começa logo na própria definição – quatro bungalows com praia privativa provavelmente não terão cinco estrelas, mas são inquestionavelmente luxo –, não restam dúvidas da importância do setor.

No mapa do luxo
Políticas de atração de não residentes como os vistos gold e a instalação de cada vez mais marcas de moda e acessórios em Lisboa e no Porto, começam a colocar Portugal no mapa enquanto destino de luxo com elevado potencial, o que requer preparação e formação, que até poderá ter outras aplicações. “O negócio do luxo não é igual às outras áreas de negócio. Na gestão do luxo há um equilíbrio delicado entre criatividade e exclusividade dos produtos/serviços e a imagem e objetivos de negócio”, explica Helena Amaral Neto, realçando um outro argumento: “Nem todas as empresas podem ou devem ser luxo, mas todos os negócios podem aprender com os modelos de gestão do setor do luxo”.

As edições anteriores levaram ao ISEG pessoas de setores tão diferentes como o automóvel, a hotelaria, a moda e os vinhos, o que permitiu criar uma dinâmica de partilha e troca de experiências muito enriquecedora. Um network… de luxo, continuamente acrescido, é outra das riquezas a que se habilita quem fizer o curso. l

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