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Israel: Netanyahu desiste e presidente convida Benjamin Gantz a formar governo

O primeiro-ministro mostrou-se incapaz de formar uma coligação que assegurasse um governo estável. Perante isso, Reuven Rivlin convidou o seu maior inimigo a tentar a sua sorte.
  • Ronen Zvulun /Reuters
22 Outubro 2019, 08h18

O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu anunciou que não tem forma de estabelecer um novo governo e que devolve ao presidente Reuven Rivlin o mandato para formar uma coligação que o permitisse. O prazo para a criação da coligação era esta quarta-feira e Rivlin afirmou em resposta que pretende explorar com Benny Gantz, líder do partido Kahol Lavan, rival do Likud de Netanyahu a possibilidade de ser este a criar a coligação.

Gantz, ex-militar, terá 28 dias para tentar formar uma coligação, mas se as negociações lideradas por Gantz também fracassarem, o presidente poderá escolher outra pessoa que eventualmente possa agregar pelo menos 61 membros do Knesset – o que de qualquer modo parece muito difícil.

Se nada disto for possível, Israel terá de passar por uma terceira eleição dentro de algumas semanas. Num vídeo instalado na sua conta do Facebook, Netanyahu surge a afirmar que “desde que recebi o mandato [de formar um governo], trabalhei incansavelmente… para estabelecer um amplo governo de unidade nacional. É isso que as pessoas querem”. E enfatizou que os seus esforços para “levar Gantz à mesa de negociações … e impedir outra eleição” falharam, acrescentando que o líder de Kahol Lavan “recusou-se vez após vez”.

O partido de Gantz conseguiu 33 dos 120 assentos do Knesset nas eleições de 17 de setembro, seguido de perto pelo Likud de Netanyahu, com 32, ambos longe de garantir a maioria no Parlamento. Netanyahu tem o apoio de partidos ultra-ortodoxos, Shas (oito assentos) e Judaísmo da Torá (sete assentos), bem como a aliança de extrema-direita Yamina (também com sete assentos).

Em consultas com Rivlin antes de nomear Netanyahu, a Joint List da Aliança Árabe, que conquistou 13 assentos no Knesset, apoiou Gantz, num raro momento da vida política istraelita. O Labor-Gesher, com seis cadeiras, e a União Democrática, com cinco, também apoiam Gantz. Finalmente, o Yisrael Beiteinu, liderado por Avigdor Lieberman, (oito cadeiras), não apoiou nenhum dos candidatos a primeiro-ministro.

Gantz e os seus potenciais parceiros de coligação “falam de unidade”, disse Netanyahu na mensagem em vídeo, quando “na verdade, estão a fazer exatamente o contrário, incentivando o sectarismo” ao recusar aceitar um governo com os partidos ultra-ortodoxos.

O primeiro-ministro afirmou que Gantz trabalhou em total coordenação com os partidos árabes israelitas “que glorificam o terrorismo [e] negam a existência de Israel”, para formar “um governo minoritário de esquerda”. Se isso vier a suceder, Netanyahu assegura que será oposição e tudo fará para o derrubar.

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